"Somos anjos duma asa só e só podemos voar quando nos abraçamos uns aos outros."

Pensamento de Fernando Pessoa deixado para todos os que estão na lista abaixo e àqueles que passam sem deixar rasto. Seguimos juntos!

OS AMIGOS

quarta-feira, 25 de abril de 2012

DOAÇÃO PERPÉTUA

A Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis vai estar em festa pois os Irmãos Paulo e Ricardo vão fazer a sua Doação Perpétua. A Eucaristia será presidida por S.ª Ex.ª Rev.ma D. António Vitalino Fernandes Dantas, Bispo de Beja, e terá lugar na Igreja Matriz de S. Cucufate em Vila de Frades, no dia 29 de Abril de 2012 às 11 horas. Seguida de um almoço partilhado no Pavilhão Multiusos da Junta de Freguesia.

Os peregrinos de Sines juntam-se em oração aos irmãos da "Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis" neste momento de alegria.
Bem hajam por tantos e profundos momentos de comunhão, em que através de vós, Deus nos toca fortemente.

Dois testemunhos de vida, fé e entrega
Ir. Paulo Nunes


BUSQUEI O AMOR DA MINHA ALMA,
BUSQUEI-O SEM O ENCONTRAR.
ENCONTREI O AMOR DA MINHA VIDA,
ABRACEI-O E NÃO O DEIXAREI JAMAIS.


Chamo-me Paulo Nunes, tenho 36 anos e uma história de Amor linda para vos contar, a história de Deus comigo!
Sim, Deus tem sempre uma história de Amor para escrever na vida de cada um de nós.
Nasci numa pequena aldeia do Alentejo com o nome de Alvalade-Sado no seio de uma família crente mas não praticante mas no entanto educaram-me nos valores cristãos tais como na amizade, humildade, amor ao próximo…
Considero que Deus me chamou de muitas maneiras e com varias vozes durante a minha história de vida de 36 anos.
Serviu-se de situações, acontecimentos, encontros, pessoas, livros, filmes, experiências… Este chamamento misterioso, sussurrante e inefável, foi «ESCUTADO» de forma mais intensa nos princípios dos anos 90.
Vivendo uma conversão gradual, na minha vida humana, espiritual e na oração e ao refletir sobre a minha vida e o meu modo de ser, comecei a perceber que o Senhor estava a indicar-me um caminho novo para a minha vida que mais tarde me levaria até Ele de uma forma mais intensa e num amor radical.
Recordo aqui o meu primeiro retiro da EQUIPA VOC em que todos os jovens foram ver o filme “Irmão Sol, Irmã Lua” e em que fiquei enamorado pela vida religiosa mais concretamente a vida Franciscana, relembro também que na Capela das Irmãs Oblatas dei o meu SIM e de joelhos emocionado encontrei uma grande PAZ interior… ainda hoje tenho na minha mente e no meu coração as palavras que eu lhe pronunciei: “Entrego-te a minha vida e de olhos fechados conduzi-me para onde Tu quiseres…”
Não tinha em mente uma carreira ou profissão pois tinha cerca de 16 anos e terminará o ensino secundário.
Nunca tive ambições materiais ou de poder. Procurava “algo” na vida que fosse mais além e diferente do mundo em que vivia, ou seja não procurava “algo” mas sim “ALGUÉM” que estivesse “MAIS ALÉM”, e este “ALGUÉM”, procurava-me também.
Queria que esta busca fosse mais além, fosse no infinito e para o infinito, que não tivesse medo da diferença, de escolhe-Lo e de segui-Lo.
Foi Jesus que criou o vazio que existia em mim, mas também era Ele que o poderia preencher.
Só Deus poderia satisfazer os desejos mais profundos do meu coração, a inquietude que só Ele poderia serenar, como dizia Santo Agostinho: “Fizeste-nos para vós, Senhor, e o nosso coração anda inquieto, enquanto não descansar em Vós…”
O desejo de partilhar a minha experiência de Deus foi forte o que no princípio fez-me sofrer um pouco porque aqueles que eu considerava amigos abandonaram-me tal como os Apóstolos abandonaram Jesus no Jardim das Oliveiras.
Mas como Ele é mais forte do que tudo o que existe na face da terra, também me colocou muitas pessoas que me ajudaram nos momentos mais difíceis, das quais saliento a Maria João Palma, a Xana e tantos outros que no anonimato através da oração ou presença silenciosa me ajudaram a dizer o meu SIM todos os dias…
Os Irmãozinhos apareceram na minha vida como um mistério! Um mistério que me seduziu e me levou a entrar neste Jardim de Deus. Só sei que os Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis e o seu modo de viver na simplicidade cativante, na pobreza que liberta e no sorriso que me revelava o rosto mais carinhoso de Deus tiveram uma grande influência na minha decisão de os escolher.

Porquê os Irmãozinhos de S. Francisco de Assis? O que mais me despertou desde sempre na Vida Religiosa foi a dimensão contemplativa, mas eu também queria a anunciar a Boa Nova partilhando os frutos da minha intimidade com Deus.
A Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis tem os dois lados da moeda, e assim arrisquei a dar a minha vida nesta «louca» história que Deus tem feito comigo ao longo destes 19 anos em que estou com os Irmãozinhos.

Depois deste “longo” tempo de enamoramento com Deus e na aventura que tenho vivido com os meus Irmãos, sobretudo a graça de viver com os meus Fundadores chegou a hora de dar o meu SIM para “toda a vida…”; só a Deus pertence o futuro e assim coloco-me nas Suas mãos para que Ele próprio seja o oleiro que aos poucos me vai moldando.

Durante estes anos tenho vivido entusiasmado ao pensar que posso ser um Irmão próximo daqueles que mais necessitam, saber que há um Pai que me (nos) ama e livremente poder gritar ao mundo “O AMOR TEM QUE SER AMADO”.

Com o coração repleto de alegria e com a alma inteiramente de Jesus digo a todos aqueles que me rodeiam, amigos e conhecidos, de perto e de longe:
BUSQUEI O AMOR DA MINHA ALMA, BUSQUEI-O SEM O ENCONTRAR.
ENCONTREI O AMOR DA MINHA VIDA, ABRACEI-O E NÃO O DEIXAREI JAMAIS.

Assim no próximo dia 29 de Abril na Igreja de Vila de Frades, pelas 11h farei a minha Doação Perpétua e conto com a vossa oração para que seja sempre fiel a Jesus e no mundo um Irmão para todos.
Sempre Amigo
Ir. Paulo Nunes

BARRAFLORES03A


Ir. Ricardo Borges

“O Espírito do Senhor Está sobre mim...”
Jo 4, 18


A HISTÓRIA DE DEUS comigo começou há muito tempo. «antes da fundação do Mundo» Deus me escolheu. (Ef 1,4). A minha com Ele começou no dia em que os meus Pais me levaram à fonte do Batismo para me tornar Cristão. A NOSSA HISTÓRIA de vida começa sempre antes de existirmos. Propriamente dito, tudo começa no Coração de Deus, mesmo que nós não saibamos disso!
Nasci na cidade do Porto á 34 anos, num lugar junto ao rio Douro. Lembro-me de ter tido uma infância feliz. Brinquei muito com os meus amigos, fiz muitas traquinices e fiz algumas partidas aos meus familiares, próprias de uma criança feliz. Tenho um irmão e sou o mais novo, venho de uma família com raízes católicas, mas não praticante, no entanto educaram-me nos valores cristãos da VERDADE, da HUMILDADE, da BONDADE e da GRATUIDADE e transmitiram-me a FÉ ao seu jeito.
Hoje, à medida que o tempo passa, compreendo melhor a graça que é a Família que Deus me deu. Foi dela que recebi muito do que me tornei, sobretudo dos meus pais. Foram eles que, com paciência – muita paciência, me ajudaram a crescer, a pouco e pouco.
Bem cedo comecei a travar amizade com JESUS, na catequese e nas várias atividades da comunidade cristã da Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda, na qual senti um forte apelo em seguir o MESTRE, ou seja uma vontade de me tornar cada dia mais CRISTÃO.
Na família não podia revelar esta força interior, desde então o meu AMIGO ESPECIAL (Jesus), começou a construir uma linda HISTORIA de AMOR.
Ainda adolescente tive a sorte de conhecer um jovem muito alegre e radical, através do seu testemunho de vida esse jovem fez-me um desafio muito forte para seguir JESUS ao seu jeito. Até então não sabia como segui-Lo, em que lugar, de que maneira fazê-lo. Tentei conhecer um pouco mais da sua FORMA de VIDA, pois este Jovem que me convidava a esta loucura de amor, é FRANCISCO de ASSIS.
Olhando para trás, sou capaz de ver, com clareza, as pessoas, as palavras, as circunstancias, as atitudes, os gestos com que a bondade e misericórdia de DEUS me iam preparando para o convite, mas confesso que até encontrar a resposta, (tão esperada) tudo se tornou nebuloso, confuso, perturbador.
Depois da busca constante e desenfreada, alguém me levou a participar num encontro de Oração no Santuário de Fátima, ainda hoje parece que sinto o momento em que no encontro MARIA me segredou: “FAZ TUDO O QUE ELE TE DISSER”. A certa altura no encontro fomos convidados a entregar as nossas vidas diante de um pedaço de Pão (Adoração do Santíssimo Sacramento) que o meu AMIGO decidiu colocar ao meu dispor para marcar a minha pobre VIDA. Este encontro transformou-me para sempre. Nesse mesmo lugar do encontro estava um jovem Irmão, este jovem frade pareceu-me tão diferente de todos os outros com quem já me tinha cruzado noutros lugares, parece-me que Jesus me empurrou para conversar com ele e para o questionar acerca da sua FORMA de VIDA, esse irmãozinho fez-me um convite a participar num Retiro bem longe do lugar onde decorria a minha história. Parti em direcção ao Alentejo, e contemplei um povo acolhedor e uma vasta planície verdejante em que parecia que a terra tocava o céu. Tudo bem diferente da realidade que em que eu vivia.
Lembro-me com saudade o dia, a hora, o lugar e as circunstancias em que começou o Retiro VOC, na casa de Santa Maria, das irmãs Oblatas do Divino Coração. Numa oração da tarde novamente diante de JESUS presente na EUCARISTIA soou no meu coração o convite: “VEM e SEGUE-ME” (Mt 19, 21).
Ao longo dos dias, o silêncio, as palavras, observar os outros, o canto (sim, pois gosto muito de cantar) e de certeza a Oração de uns certos Irmãozinhos (aquele...aquele...), a sua ESTRANHA FORMA DE VIDA, a pobreza, a alegria no anúncio da BOA-NOVA foram fazendo com que as minhas certezas se tornassem numa fortaleza imbatível. PROVEI e GOSTEI.
No meu coração dirigi esta oração a JESUS: Olha Senhor, estou feliz por estar aqui e de os ter conhecido.
A porta da cidade estava escancarada, agora, e Deus entrou com poder e mudou tudo, do dia para a noite: no regresso para casa a felicidade inundava-me a alma e o estar ali junto daqueles Irmãozinhos era o melhor do mundo: que bom seria que não acabasse! Mas o futuro e o presente angustiavam-me: «Como fazer? Como dizer?» Tudo ELE resolveu, tanto em casa, como na Escola, como na minha alma, e serenamente...
Já lá vão 17 anos, desde a minha entrega ao AMOR, pois ao AMOR de Cristo só se pode responder com amor a QUEM por amor se entregou por mim.
Ao longo destes anos o Senhor foi trabalhando o pobre barro da minha vida, o seu ESPIRITO está sobre MIM e me empurra para anunciar e testemunhar ao mundo a FÉ em CRISTO RESSUSCITADO.
É verdadeiramente impressionante a forma com que os Irmãozinhos transformaram com muita paciência, o rumo e a história da minha vida, “como é maravilhoso estar com o irmãos”, (Sl 133) poder fazer todos os dias a experiencia palpável do AMOR de DEUS através dos IRMÃOZINHOS FUNDADORES assim como também pelos gestos, pela ternura, pelos olhares de cada irmãozinho da Fraternidade.
Quero dizer-vos que sou muito FELIZ na Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis!!!
No meu coração ressoa um forte grito de LOUVOR pela beleza da FAMILIA FISFA com a qual o SENHOR tem feito uma fantástica HISTORIA DE AMOR.

No próximo dia 29 de Abril numa das Paroquias onde a nossa Fraternidade realiza a sua VIDA MISSIONÁRIA vou fazer a minha Doação perpétua, ou seja confirmar e testemunhar diante da Igreja que quero continuar com todo o entusiasmo e alegria do meu coração a ser CRISTÃO que continuarei a gritar ao mundo: “O AMOR TEM QUE SER AMADO” (da regra fisfa).

E assim o SENHOR continuará a escrever a “nossa” HISTÓRIA de AMOR.

PAZ e BEM!
Ir. Ricardo Borges

Fontes: 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

PARABÉNS FILHOTA



Eu, mãe
 Me confesso
Sou mãe coruja, mãe galinha
E tenho aquele sentimento enraizado
De que não há filha melhor que a minha.
Por ela – e por instinto – viro leoa num segundo
E substituo as minhas penas
Pela juba maior do mundo…

Sinto-te assim querida filha…
Desafio, dádiva, superação
Agradecida por te ter
Orgulhosa por te ver crescida 
De bem com a vida...
Enfim…Mulher 

Dulce gomes

sexta-feira, 13 de abril de 2012

ESTA COISA DA IDADE...


A idade – regra geral – dá-nos um cúmulo de experiências que vamos assimilando e convertendo em lições de sabedoria que nos dão uma aptidão extra. Como um balão de oxigénio, esvaziamos em doses precisas o sopro necessário para um novo fôlego.
Às vezes, mais parecemos um mago – embora nada tenha de magia – retirando da cartola uma atitude, uma vivência, um gesto, uma palavra, que se entorna como balsamo nas nossas próprias feridas e nas dos outros.
Mas também tem o reverso da medalha: todo o experiencial que rotulamos de negativo apesar de nos trazer um saber funcional também nos desgasta.
Somos como rochas fustigadas pelos temporais: permanecemos firmes; somos abrigo e – se estivermos na meia-idade – damos guarida a duas gerações, abrindo as nossas asas em leque para abranger todos. Mantemo-nos na linha da frente, imbuídos pelo sentimento de protecção, de dever e missão, mas que não são mais do que gestos de amor. Porque quem ama cuida.
Mas se olharmos uma rocha facilmente detectamos – expostas – as suas cicatrizes: marcas das ventosas dos que fazem da sua solidez o chão firme onde se alapam; marcas provocadas pelos rombos e pelas investidas das ondas que ao sabor dos ventos vão provocando uma erosão lenta e natural.
Assim somos nós.
Lentamente, desgastando-nos de forma visível, o nosso interior cresce e fortalece numa compensação imperceptível aos olhos mas sentida por nós e pelos que nos rodeiam.
Venham mais anos…

Dulce Gomes


segunda-feira, 9 de abril de 2012

PROCUREI-TE



Procurei-te...
Nas cinzas do fogo que se extinguiu
Na réstia de esperança que me corre nas veias
No grito de solidão que ninguém ouviu
Nas minhas estradas onde te passeias

Procurei-te…
Nos restos perdidos da noite lenta
Nas palavras abafadas que não disseste
E do fundo da minha alma cinzenta
Soltei a escrita que jamais leste

Procurei-te…
No porão, onde encovo as lembranças
Nos desperdícios de goradas tentativas
Nos vislumbres infundados da perseverança
E até neste exercício de busca a que me obrigas

Procurei-te em toda a parte em qualquer lugar…
Encontrei-te no meu desajeitado jeito de amar…

Nas minhas juras despejadas com fulgor
Nos gestos espontâneos que não te prenderam
Até que um dia, o vento secou o sal da minha dor
E dispersou as sementes que de secura, pereceram

Dulce Gomes

Palavras de buscas e perdas; de encontros e desencontros que vou captando por aí...

domingo, 8 de abril de 2012

QUERO CONSOLAR JESUS

CRISTO VIVE. ALELUIA!
Ó Luz de Cristo ajuda-nos a crucificar os falsos brilhos da nossa vida e ressuscita em nós a pureza dum coração de criança.


Quero consolar Jesus!

Acorrentei-me a esta frase até me formatar ao seu sentido...
Afirmar que consolo Jesus, não o farei. Não sei se serão mais as vezes que O consolo ou as que O desgosto.
Mas creio que a partilha de toda a minha reflexão é uma das Suas vontades sobre mim…

Ó Senhor será que Te consolo?

Desprender-me e despojar-me de mim. Palavras que fizeram eco…

Em profunda oração, numa visita guiada, Jesus levou-me pela mão aos meus tempos de menina, resgatando-me memórias dum passado distante, trazendo-o à tona, tornando-o claro e presente.
Num contexto de vida diferente, mais dura mas muito pura como se quer que seja a infância, recordei a facilidade com que "farejava" e abraçava as causas. Depois de sinalizadas, percorria as ruas do meu bairro batendo a todas as portas, apelando à sensibilidade dos vizinhos com a esperança duma contribuição generosa até perfazer o suficiente para a necessidade da mesma; fosse a angariação para fazer um funeral ou uma ida ao médico de alguma vizinha - que por menos abonada - não dispunha de meios para se tratar. Ainda me recordo de “beber vento” pelas ruas com a colheita na mão, ansiosa pelo momento culminante da entrega ao destinatário. Quanta alegria…

Porque terei regredido a estas passagens de vida se elas dormitavam num sono de anos?
Acho que Jesus me quis mostrar que algures na travessia do meu crescimento perdi a simplicidade dum coração de criança - diamante em bruto - que se rendia à espontaneidade dos gestos sem os premeditar; talvez para me exemplificar que criança entrelaça a sua mão à do pai e segue-o confiadamente - até de olhos fechados - sem questionar.
Ao contrário do adulto que se encandeia no brilho dos polimentos trazidos pelas vivências experimentadas e cega entre o que julga saber e a verdadeira sabedoria; entre o certo e o politicamente correto e cai brutalmente aos pés dos medos e dos preconceitos.
"Não vos julgueis sábios por vós próprios" Carta aos Romanos 12, 16

E que pensará Jesus desta inércia encapuçada por uma aureola que reluz mas que afinal nem sempre é ouro?

Quer com certeza que nos desprendamos e despojemos dos brilhos fictícios que nublam a nossa pureza adormecida e torpe o avanço confiante no Seu caminho de mão entrelaçada na Sua e quer que lhe perguntemos:
Senhor, que queres que eu faça para Te consolar?

Fiz-lhe esta pergunta tantas vezes como as que me neguei à certeza de que O consolo.
Sinto-me muito pequenina e acho duma pequenez o que fiz ou faço.
Mas a minha mão aperta a de Jesus cada vez com mais necessidade de A sentir e rezam os meus pés à medida que O tentam seguir. Sigo-O ao sabor de tantas "quaresmas" e "calvários" que me dão a provar o fel das tribulações. Mas que também eleva a minha alma e todo o meu ser para um plano inexplicável de comunhão, luz e paz...
Nesta Quaresma de forma muito intensa, mas imensamente esclarecedora da Sua vontade..
Quando o consolo?
Talvez quando carrego os meus "meninos de idade" até à Capelinha do Lar para beber da seiva da Sua Palavra  pela mão da nossa Querida Mãe do Céu, ou quando me abeiro das suas camas e lhes reavivo a oração que a memória desbotou; Quando os abraço, canto ou simplesmente escuto e limpo as suas lágrimas; Quando os “trago” gravados no coração e os entrego à oração porque não me consigo dissociar dos seus sofrimentos; Quando os “encomendo” à Sua misericórdia no momento derradeiro da partida para a vida eterna.
"Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram."

É-me confirmado de que estes gestos agradam e consolam Jesus ao sentir no coração aquela alegria de criança, lembram-se? A de “beber vento” pelo caminho de regresso.
A única diferença é que de imediato substituo essa alegria pelas sensações cruzadas de impotência e/ou culpa, por não ter aberto mais a minha tenda e alargado - ainda mais - o meu espaço de forma a receber sempre mais um no tempo e disponibilidade que lhes dou.

São Vicente de Paulo dizia:
"Amemos a Deus, irmãos. Mas à custa dos nossos braços e com o suor do nosso rosto."

E como posso eu dizer que O consolo, se o meu progredir é intermitente? E Jesus com a Sua infinita paciência e incondicional amor continua a ter que segurar as minhas mãos para que eu não cruze os braços e a erguer-me sempre que os meus pés se colam ao chão do caminho...
Mas louvado sejas, Jesus, porque o fazes. Que seria sem Ti? Nada de nada.


Obrigada a todas as amigas, mas principalmente à Filha de Maria pela iniciativa e convite. Dou graças por ter aceite pelas enormes graças daí advindas. Bem hajam!
Santa Páscoa em Jesus Ressuscitado

sábado, 7 de abril de 2012

SILÊNCIO E LUZ (CAMINHADA)



SILÊNCIO E LUZ

Escureci o meu silêncio.
Apaguei todos os resquícios de luz.
Aos meus passos, gastos e sempre iguais
Calcei-os de freios e parei-os
Esperando os Teus sinais…
Caminhei contigo sem me mover.
Derreti os restos dos meus gestos
Que por hábito
Teimavam em permanecer…
E esperei…
Esperei no Teu deserto
De pregos, humilhação e Cruz
Arrastei os meus passos inertes
E desejei...
Desejei tanto que me estendesses
Um tapete de Luz…
Ó Círio novo que hoje te acendes
Alfa e Omega/ Princípio e Fim
Semente em grão de incenso, Vida nova
Soprando as cinzas acumuladas em mim
Ó Luz do meu silêncio
Ó silêncio de amor e luz
Senhor do tempo, Ressurreição
 Tocha acesa
Luz do mundo, banindo a escuridão...
Deus Eterno que vencendo a morte
Vivificou o poder da Cruz

Caminhar com vocês foi reencontar-me com Cristo a cada partilha.
 Bem hajam pela iniciativa.
Que a Luz que - simbolicamente - hoje se acende, ilumine toda a humanidade e resplandeça em actos de amor visíveis e sentidos por todos nós.
Santa Páscoa


Dulce Gomes