"Somos anjos duma asa só e só podemos voar quando nos abraçamos uns aos outros."

Pensamento de Fernando Pessoa deixado para todos os que estão na lista abaixo e àqueles que passam sem deixar rasto. Seguimos juntos!

OS AMIGOS

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

VAZIA...


Muitos dos meus "silêncios" foram partilhados neste espaço...
Neste momento a minha alma grita em silêncio, "silêncios" que não 
encaixam no meu doce e amado Degrau...
Por isso, vou fazer um interregno que durará o tempo que Deus quiser. Estar nas Suas mãos é o que mais quero.
Obrigada a todos os que se sentaram neste degrau e souberam interpretar as razões da minha escrita.
Deus vos abençoe * 



Até lá, vou transformando fraquezas em forças; lágrimas em sorrisos e pondo à prova a minha capacidade de inverter o sentido de marcha dos meus sentimentos que teimam em arrastar-me para um fosso onde eu não quero nem posso cair, porque embora tenha pouco para dar, sei que esse “pouco” é imprescindível para quem o recebe…

Dulce Gomes

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

COISAS DE OUTONO...



Tal como as árvores que se despem sem pudor
Ou as aves que mudam de veste sem se cobrir
Vou jogar fora as penas gastas já sem cor
Junto com a folhagem ressequida do meu sentir

E assim como um rio fluindo sem se deter
Nos obstáculos onde poderia pernoitar
Vou dizer ao Outono que pode chover
E se quiser leve o sol para lá do mar

Porque já dancei à chuva com um sorriso
Já me perdi entre tormentas e o paraíso
Ri como quem chora, gritei como quem emudece

Que importa se o Outono se veste de cinzento
Se me açoito como tintas ao sabor do vento
E me pinto e revisto dos tons que mais me apetece



Dulce Gomes

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ROUBA-ME…



Rouba-me o que julgo ser meu
E a trave que não me deixa enxergar
Implanta-me na alma que tudo é Teu
Até o ar que me deixas insuflar

Que me admita como um pequeno nada
Que não cresce nem floresce se não souber
Que preciso de luz, de água e ser dotada
De humildade para o reconhecer

Rouba-me a ousadia improcedente
De que por respirar e ser gente
Adquiri sabedoria para tudo decifrar

Como se eu não soubesse, de antemão
Que não basta ver uma luz na escuridão
Tenho que ser capaz de a alcançar

Dulce Gomes

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O QUE SERIA DE MIM SEM FÉ?



Neste exato momento me pergunto: O que seria de mim sem fé?
E num rebobinar de rostos com os quais já me cruzei, vem à minha memória situações e gentes que afirmam não crer em Deus. Sigo adiante reforçando esta pergunta pertinente: Como seria eu sem fé?
Para muitos a minha fé poderá ser interpretada como uma fraqueza.
Quem sabe irão mais longe e me carimbam com um rótulo de fanática ou dependente, mas eu continuo firme na mesma busca de ajuda porque é desta mesma “dependência” que me alimento, é nela que me firmo e liberto das amarras das “cruzes” que me aprisionam e roubam o meu tempo impedindo-me de o canalizar para coisas que em princípio me dariam mais prazer.
Ninguém gosta de tropeçar nas provações; ninguém deseja que lhes caiam nas mãos situações onde o “dar tudo” nem sempre chega para preencher o vazio existente de tantas mãos que precisam das nossas; ninguém procura para si tribulações desgastantes que sugam as nossas forças e nos asfixiam no poço da tristeza perante o confronto com o lado mais negro da vida.

Porém, ainda que não desejadas, todos – um dia – iremos embater violentamente na impotência da nossa pequenez perante as mesmas e nesse momento quem não for capaz de humildemente olhar o Céu em busca da Sua Luz, perecerá ante as suas próprias trevas.
Porque o deus superior que muitas pessoas julgam ser, não passa dum deus limitado e menor que se quebra como argila seca à primeira queda.

Hoje direciono a minha oração para todos os que não crêem, ou pensam não crer. E também para que a fé dos que já a possuem, corra veloz como água serpenteando as colinas, sem se deter nos obstáculos...
Que a mão do Senhor se estenda e apare todas as nossas quedas para que o embate seja minimizado e por consequência, menos doloroso.

Termino com este provérbio:
 “Confia no Senhor de todo o coração e não te apoies na tua própria inteligência.” Prov 3, 5


 Dulce Gomes

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

DEIXA-ME FALAR-TE SENHOR...




Deixa-me falar-te Senhor…
Das horas mais difíceis dos meus dias
Da rudez dos momentos
e da impotência perante os mesmos…
Das esperas desesperadas…
Das mudanças que tardam…
Das respostas que não tenho…
Dos locais onde não chego…

Deixa-me falar-te Senhor
Do que sinto, do que me preenche
Do que me tomba, do que me ergue
Do que me ilumina, do que me escurece
E do meu interior que se torna albergue
de mil e uma questões.
Dói-me a dor, o desamor, a violência
A doença, a fome, a guerra…
Dói-me um olhar frio, uma palavra enraivecida
A injustiça, a intolerância…
Congelo perante um coração vazio
Esbarro nos conceitos caducados
E nos preconceitos ultrapassados 
que tresandam a bafio...
Tanta verdade perdida
Tanta mentira a proliferar
Tantas almas enegrecidas
Porque não sabem ou não querem amar…

Pergunto-Te Senhor:
Estarei a exagerar?

Onde fica a essência do ser
Neste mundo que só quer ter, ter
Doa a quem doer
Sem a menor contemplação?
Todos os meios justificam os fins
Os valores ardem como capim
Em violenta combustão…

Peso os "porquês" e os "para quês" que se perfilam
dentro de mim...
Pergunto-Te: Porque tem que ser assim?

É nestes momentos Senhor
Que mergulho, mergulho bem fundo
E consigo calar o mundo
Neste espaço só meu e Teu.
O tempo deixa de existir…
E mais parece um contra-senso
Porque é deste tempo inexistente
que me alimento…
E a Tua vontade é o meu reassumir
que me faz voltar
à minha condição de ser “gente”

Dulce Gomes