"Somos anjos duma asa só e só podemos voar quando nos abraçamos uns aos outros."

Pensamento de Fernando Pessoa deixado para todos os que estão na lista abaixo e àqueles que passam sem deixar rasto. Seguimos juntos!

OS AMIGOS

segunda-feira, 30 de julho de 2012

SALPICOS...




Às vezes sou onda com salpicos de vida
Seixo que rebola e se esmerila nos tombos…
Areia onde espraio a minha dor despida
Sol desbotando a cor dos meus rombos

Sou o sal grosso donde retiro
O tempero mediador que me amansa
No mesmo chão agreste onde me firo
Rasgo de alegria em passos de dança

E num bailado de alva espuma
Deixo cair pedaços de erosão
Que se reduzem a coisa nenhuma

Miscelânea que quando me agita
Renova o bater do meu coração
Num novo pulsar que a viver me incita

Dulce Gomes

sábado, 28 de julho de 2012

VALE A PENA ESCUTAR...

Gostaria que todos os amigos que por aqui passam escutassem este testemunho que descobri por acaso num grupo católico no facebook. 


 

Que ele contribua para clarificar os pontos obscuros da nossa parca sabedoria e nos ajude a procurar e seguir apenas o verdadeiro Caminho: JESUS!

sábado, 21 de julho de 2012

OLHARES DE SOL E MAR

Lagoa da Sancha. Ao fundo o mar do Norte



A necessidade de contacto com o mar é um dos – muitos – pontos que temos em comum, por isso deixamos que a vontade nos guie até ao areão grosso da nossa praia de eleição – Praia do Norte – e vamos “correr a costa”. 

O olhar aguçado e experiente pelas muitas incursões feitas, conhecem de cor as dunas doiradas, os lagos, lagoas e poços; cada rocha, cada recanto; Os nossos ouvidos interpretam de cor a melodia das ondas soando num cântico indomável, convidando a um silenciar total, enquanto no horizonte passam velas libertas em busca do açoite dos ventos…

Nesta invulgar extensão de beleza quebra-se o silêncio pelo ranger dos nossos passos que se enterram quase até aos tornozelos e pelo piar constante das gaivotas que se espreguiçam em voos rasgados confirmando que o céu é para quem tem asas e que a nós, resta-nos arrastar o cansaço pelas falésias e dar asas à imaginação através dos seus trajectos.

Esta sensação de pequenez cimenta-se na constatação de que somos apenas mais uma entre milhões de espécies viventes. Insignificantes grãos de areia partilhando um pedaço de universo.


Ninho de maçaricos



Neste “correr de costa” a nossa atenção foi direccionada para um casal de maçaricos que piando aflitos no ar, comunicavam – entre si – numa linguagem codificada. Pelos movimentos, soou-nos a um alerta mútuo provocada pela nossa presença intrusa.
Os maçaricos (pequenos pássaros que chocam os seus ovos em cima de moitas no cimo da praia) de forma clara adoptaram uma estratégia inteligente para nos dissuadir de prosseguir. Depois dum frenético bater de asas poisaram os dois, e, enquanto um caminhava à nossa frente sempre à distância para nos despistar, o outro seguiu para o cimo da praia em direcção ao ninho para resguardar o seu bem mais precioso.

Olhamo-los, primeiro com surpresa e depois com respeito.
Seres tão pequenos, camuflados e quase imperceptíveis na diversidade imensa da natureza e capazes de gestos tão grandes, verdadeiras lições gratuitas de defesa e preservação da vida ainda que em formação.

Tudo isto se encontra à distância dum olhar mais atento, que por sua vez nos amolece a alma e nos abre o espírito para absorver da natureza mãe os “nutrientes” que nos alimentam e fazem pulsar mais forte a razão da nossa existência.

E nós, “grandes” seres dotados de raciocínio, diminuímos num todo quando renegamos o nosso poder instintivo, aquele que nos trás a espontaneidade das decisões e dos gestos que são – no fundo – o catalisador natural que transforma as pequenas em grandes coisas, saciando a nossa fome de viver…
Basta-nos tão pouco para ser felizes…porque complicamos? Talvez porque não somos como os maçaricos…


Dulce Gomes

sexta-feira, 13 de julho de 2012

ATÉ ONDE...


Por vezes a palavra "desistir" martela violenta e persistente na mente. De tal forma ganha espaço que comprime e estrangula a intrínseca e natural capacidade de continuar.
Mas daí até à rendição ainda vai um longo caminho , porque desde o primeiro sopro ao  último suspiro só Deus comanda...



E eu quero deixar-me ir até onde Deus me levar...

DULCE GOMES


quarta-feira, 4 de julho de 2012

RAZÕES...






Hoje não vou deixar impune

As razões que me doem

Vou enfrenta-las de alma afiada

Com as armas das minhas mãos

E deixar que a ponta dos meus dedos

Sejam lâminas contundentes

Fragmentando sem piedade

Todas as razões da minha razão...

Dulce Gomes