Entrar, ajoelhar ou simplesmente ficar imóvel no banco da minha igreja ainda que nada diga, é uma necessidade para mim. É como se recebesse um afago e vou ficando como um passarinho que chega ao ninho e se aconchega debaixo das asas dos seus progenitores e fica ali só saboreando a sua protecção. Curiosamente, apesar de só, não estou sozinha.
Outras, apesar da igreja estar repleta de gente, sinto falta de calor humano. Falta a interacção entre irmãos, a entreajuda, a mão que não se estende na hora do Pai-Nosso, sobra a vénia imposta como regra em substituição do abraço da paz, ou apenas um sorriso aberto.
E se não salvaguardasse o que descrevi atrás, mais o facto de Deus me rodear de pessoas de muita fé e com as quais eu sigo ao compasso numa caminhada sólida, onde umas vezes puxo e outras sou puxada, certamente faria esta pergunta: que faço aqui? Onde as pessoas se atropelam em busca de protagonismo, onde não se encontra uma palavra de apoio, onde esbarro em regras que me prendem os movimentos/sentimentos e onde por muita boa vontade que tenha em entender, nem sempre consigo arranjar atenuantes para as atitudes e palavras duras que doem de injustas.
Desencanto! Talvez seja esta a palavra certa.
O que me confortou hoje? Um sorriso dum amigo de longa data que encontrei em mais uma das minhas visitas ao lar. Ao passar pelo corredor, ouvi chamar: menina...Olhei para o lado, numa cadeira de rodas estava um idoso sorrindo. Perante aquele sorriso esbocei um também tentando descobrir quem era, até que o reconheci. Trabalhámos juntos. Na altura eu era uma adolescente no meu primeiro trabalho, ele uma pessoa bem mais velha com uma capacidade de trabalho tão grande como o seu coração e com uma simplicidade que continua bem patente no seu olhar. Ficámos ali recordando e falando de tudo um pouco, escutei as suas tristezas, vi os seus olhos rasarem e despediu-se da mesma forma com que me chamou, com um sorriso.
Foi o meu ganho de hoje. Obrigado Senhor!
É deste calor humano que falo...
É de amor que falas minha querida.
ResponderEliminarEsse amigo, tem um coração repleto de amor...
Hoje falta o Amor!
Sim, creio que é disto que sentes falta...
Beijinho fraterno
vês minha amiga querida , deus dá-nos sempre o que nos faz falta .. precisavas de calor humano e assim o recebes-te ...
ResponderEliminarbeijinhos bem forte e um xi do coração ...
Acho que entendi o que escreveste. Muitas vezes estamos no silêncio mesmo tendo tantas pessoas . A presença de Deus é forte e constante mas parece que todos se isolam e ficam a buscar só, cada qual no seu mundo... Na sua introspecção, no isolamento ,nos medos e questionamentos de toda uma vida construída a passos de procura. Na verdade ao encontrar este amigo, penso que você se reconheceu. O seu olhar e o seu coração.Seria como ver um rosto familiar no meio de uma multidão. Ficamos felizes e recordamos tudo que foi de bom! Deveria ser assim para todos nós... nos reconhecermos e acolhermos um ao outro pois na realidade somos diferentes mas no fundo todos iguais nesta busca constante de Deus. As vezes também sinto isso... A vontade de que nos reconheçamos verdadeiramente irmãos e nos entreguemos pois o nosso Pai é único e nos ensina a todo momento a nos amar verdadeiramente !E esse amor, essa paz começa com um sorriso, como fala a nossa querida Madre Teresa,
ResponderEliminarbeijinhos,
Gisele
Amiga Dulce
ResponderEliminarCompreendo o que escreves.
Podemos estar muitos e estarem juntos como na
igreja mas muita gente sente-se só não há comunicação.
Esta história leva-me a pensar que se formos ao encontro dos outros sem medo e com vontade de se dar, de escutar recebemos mais do que damos.
Claro que temos que saber é saber receber.
Beijinhos
Utilia
É bom ter tempo e coragem para entrar na Igreja e sentar-se no silêncio junto do Mestre.
ResponderEliminarFalta-me fé para O visitar aí.....
Falta-me vontade para O servir nos que sofrem...
Falta-me disponibilidade para O amar .....
Estes textos ajudam-nos a meditar.
Continuo cada vez a sentir mais necessidade de vir visitar este seu espaço de reflexão.Hoje o que li vem de encontro a situações que já se passaram comigo e fico na duvida se não estarei errada.Quando leio estes textos maravilhosos encontro neles a resposta ás minhas duvidas e por vezes sinto que é através da escrita da Dulce que Deus me dá o esclarecimento que eu necessitava.Mas para finalizar o sorriso do amigo preencheu todo o vazio que havia no seu coração.Tenho a certeza que nesse dia o encontro dos dois e o desfiar das recordações foi o grande conforto não só para a Dulce mas principalmente para o seu amigo que possivelmente estava a precisar da sua amizade.
ResponderEliminarUm enorme beijo
Ana
Dulce,
ResponderEliminarCompreendo-a muito bem, mas... que adianta o abraço da paz, se esse não é fruto do verdadeiro Amor, da Caridade, que deveria unir todos os discípulos de Cristo Jesus? Daquele que todos comungam? E muitas vezes um "sorriso" vale mais que mil gestos, certamente tantas vezes realizados hipócritamente... Bom era que nunca assim fosse e que todos vivêssemos - em verdade - a caridade cristã.
Sim, falta calor humano, faltam corações capazes de amar o mundo. E, como alguém aqui dizia, não posso deixar de me lembrar da Madre Teresa de Calcutá, a qual sabia dar esse calor humano (porque verdadeiramente divino) aos desprotegidos, aos "vagabundos", agonizantes, a todos, de modo particular aos mais pobres dos pobres.
Que o Sagrado Coração de Jesus a cumule imensamente das Suas graças e dons!
Um grande abraço em Cristo!
Canela, sim é de mor que falo! Daquele que sentimos no coração em alguns momentos da vida e que nos dizer: "Vale pena viver porque a vida é linda com Jesus dentro de nós!"
ResponderEliminarUm beijinho
Teresinha, por vezes encontramos Jesus num amigo, num gesto e quando menos se espera. Foi o que aconteceu.bjinhos do coração amiga
ResponderEliminarGisele, todos nós temos os nossos silêncios. Neles buscamos a Deus e encontamo-nos na nossa espiritulidade, mas há momentos de comunhão com Deus e com os irmãos e é nesses momentos em que por vezes(graças a Deus nem sempre) notamos a indiferença, que pode até não ser connosco mas que dói o vê-la praticada com outros irmãos. Espero ter-me feito entender...
ResponderEliminarbjinhos minha amiga
Amiga Utília, o que eu presencio é realmente muita falta de comunicação e entreajuda entre cristãos, por isso e não só, tem sido para mim muito importante a caminhada que faço junto com todos os que caminham no mesmo sentido,que é um só: Jesus! Muito devo às minhas queridas irmãs e sobrinha as minhas primeiras pegadas e muito devo a todos vós esta continuação que é feita de olhos postos na luz que nos aproxima e nos guia.
ResponderEliminarUm beijinho
Amigo Direitinho, penso que deveria retirar o tempo e deixar só ficar a coragem como explicação para tudo. Mas se o meu amigo se disponibilizar para escutar Jesus, verá que terá todo o tempo do mundo para fazer tudo o resto. Deus dá-nos a força para tudo, assim nós estendamos sempre a mão à Sua vontade.
ResponderEliminarUm abraço amigo em Cristo e Maria
Ana minha amiga, fico muito feliz, (esta é a palavra certa) por a Ana gostar de ler o que ditam as minhas mãos, que apesar da Ana poder achar que são muito seguras em tudo o que escreve, também vacilam, apenas por um receio: ofender Jesus.
ResponderEliminarNem sempre é para mim fácil escrever o que sinto e direi mais, que talvez por esse receio, ou por medo de ser mal interpretada, nem tudo o que sinto, escrevo.
Mas acontece que quando a certeza, solto os meus dedos e eles quase escrevem sozinhos, muito embora continue o massacre mental em que me pergunto e pergunto a Deus, se teria feito bem.
Complicado entender-me? Talvez! Passado essa fase de receio vem a certeza do certo por palavras como as da Ana, quando me diz que de alguma forma vou de encontro às suas dúvidas. Nesse momento, levanto as minhas mãos a Jesus e digo-lhe a frase que tomei como dada por "Ele" quando senti o apelo de abrir este blog: "Só por ti Jesus..." é uma frase incompleta porque também é inacabada esta minha entrega a Jesus, só Ele saberá o que quer de mim e de cada um de nós.
Obrigado Ana do fundo do meu coração pelas suas palavras.
Um beijinho muito grande em Cristo e Maria, nossa Mãe
Mariam, em 1º lugar quero dar-te as boas vindas ao meu simples cantinho e dizer-te que adoro visitar o teu. Obrigado por entenderes a
ResponderEliminaressência da minha reflexão. Quando falo do abraço dado na hora da paz, falo daquele abraço que nós sentimos vontade de dar ao irmão que está ao lado e que é dado com o amor que Deus me põe no coração. É UM abraço de alegria, de união...é assim que o sinto independentemente de quem esteja ao meu lado, quer conheça ou não, é um abraço de comunhão com Jesus e os irmãos. Esse é o verdadeiro abraço e é desse que sinto falta. Daí achar e continuar a dizer que falta calor humano...sei que me entendeste.
Quando Jesus nos abraça o coração, espontâneamente sentimos vontade de partilhar, de dar aos outros o calor que sentimos cá dentro.
Cheia desse amor deixo-te um abraço muito apertado de paz e alegria.
Um beijinho em Cristo e Maria
Eu senti bem fundo o que a Dulcinha escreveu e não o faria tão bem quanto a minha amiguinha.
ResponderEliminarQuantas vezes esse sorriso, esse aperto de mão, esse ajoelhar... me falta! Mas a culpa é só minha pois em vez de os procurar, ando às voltas e tapo os olhos.Um beijinho grande.
Céuinha se tocou bem fundo é porque os olhos podem estar tapados, mas o coração não e como o coração é que comanda, ele irá fazê-la dar voltas até ter coragem para destapar os olhos:)
ResponderEliminarMas será que estão tapados? Não me parece...
bjinhos minha amiga, professorinha do coração
Amiga Dulce, hoje senti uma forte necessidade de passar por este seu cantinho de reflexão e gostei do que li,como sempre tranquiliza-me,hoje estou a sentir uma leves melhoras nas minhas dores, mas sinto que muito em breve estas incomodas dores vão passar. Ao ler o seu texto na parte inicial,deu -me saudades de me sentar também no banco da minha igreja.Á quanto tempo meu Deus que não o faço?!Á imenso tempo mesmo.Mas devo confessar que tenho sentido essa necessidade,mas depois deixo o tempo passar e não vou...
ResponderEliminarBeijinhos minha amiga.Zézinha
Olá Zézinha,
ResponderEliminarque bom gostares de passar por aqui e que feliz fico com essa "necessidade". Quem sabe não será o empurrão para o fazeres? Por vezes não nos falta a vontade nem a necessidade, mas falta-nos a iniciativa.
Espero que melhores rapidamente para voltares ao nosso convívio duma forma mais assídua e sem dores.
bjinho amiga
Sim, Dulce, entendi.
ResponderEliminarObrigada pelas boas vindas! Se Deus quiser, hei-de passar por aqui mais vezes!
Um grande abraço em Cristo!