"Somos anjos duma asa só e só podemos voar quando nos abraçamos uns aos outros."

Pensamento de Fernando Pessoa deixado para todos os que estão na lista abaixo e àqueles que passam sem deixar rasto. Seguimos juntos!

OS AMIGOS

domingo, 16 de janeiro de 2011

VAMOS A ISTO...

E vamos lá jogar mas depois não digam que não avisei...


Começo por dizer que este selinho é lindíssimo e como tenho muita imaginação, até consigo ver-nos de havaianas calçadas e de mãos dadas, que nem garotas, caminhando saudavelmente unidas para Jesus. Pronto, pronto, vamos lá começar...

Brinquedos que nunca tive
Seria mais fácil enumerar os que tive, mas regras são regras e longe de mim quebrá-las porque vocês são impiedosas...

1. Um bichinho de estimação. Nunca tive nenhum. Mas mais à frente conto-vos como dei a volta à situação...


2. Uma bicicleta. Quando recebi a primeira a minha infância já tinha barbas brancas como o pai natal.

3. Uns chinelos de madeira só com uma tira e uma enorme fivela. Daqueles que todas as amigas tinham menos eu...Mais tarde tive uma imitação barata que me roeram os dedos pequeninos dos pés e me esfolaram os ortelhos.

4. Umas raquetes. Só jogava quando uma amiguinha vinha passar férias a Sines.

5. Uma cama para deitar a única boneca. Estava farta de deitá-la na caixa dos sapatos das minhas irmãs...

6. Lápis de cor. Daqueles bem grandes em caixas de 36.

7. Um triciclo. Como é que havia de ter a bicicleta...


Lembranças vergonhosas da infância

1. Ser chamada de chorona. Fui passar uma semana na casa duns primos a Setúbal, que tinham uma filha mais nova do que eu e moravam perto de outros com uma filha da mesma idade. Ainda ia no caminho e já o nó na garganta me apertava em sufoco, quando lá cheguei, não houve brincadeiras, nem brinquedos, nem esforços que me vencessem. Chorei tanto que os meus primos enviaram um telegrama aos meus pais dizendo o seguinte: "Ela vai, chora!"
Fui despachada que nem encomenda na camioneta da manhã. A despedida foi feita em coro pelas duas primas que gritavam: "Chorona, chorona". Malvadas...


2. Atropelamento: Numa bicicleta de aluguer meti-me pela rua inclinada do meu bairro, só que na minha rota estava um obstáculo: uma velhota que seguia para casa com um saco cheio de fruta à cabeça. Mentalmente desviei-me e fisicamente travei conforme pude com os dedos grandes dos pés, mas não evitei a colisão. Com a mulher já de "gatas" e quase a trucidar-me, não vi outra solução senão correr em debandada para casa...


3. Comer o que não devia: Deixei a famíla em alvoroço à minha procura e eu estava calmamente debaixo da mesa da cozinha comendo as cabeças dos fósforos. Sobrarão poucos da caixa. Se fosse hoje teria direito a uma lavagem ao estomago... E não explodi...eheh


4. Queria muito um cachecol. Um dia consegui que uma amiga me emprestasse o seu num intervalo da escola. Andava eu toda "inchada" de cachecol ao pescoço quando resolvi ir fazer chi-chi, só que na aflição não vi que mergulhei a ponta do cachecol na sanita e eu muito aflitinha, nem consegui parar...Nunca mais tive direito a empréstimos.

5. Troca: Um dia fiz um desenho, assinei o meu nome e pendurei-o orgulhosamente na parede da cozinha. Só troquei o D por um P. Assinei Pulce...Foi e continua a ser motivo de gozo :(

6. Ir para a escola com as meias de vidro das minhas irmãs (não tinha outras). Era gozada todos os dias...há lá coisa pior que colegas de escola em sintonia? Irritantes, falsas...eheh

7. Queda: No meu tempo havia a escola dos meninos separada das meninas. Mas de vez em quando a nossa professora mandava recados ao marido (também professor) através das alunas ao marido. Eu ficava sempre de dedo no ar para levar o recado e desesperava por não ser escolhida. Até que um dia...lá fui de papelinho na mão. Quando cheguei à sala ia tão nervosa que bati e a porta abriu-se sozinha comigo esticada ao comprido. Pois, tropecei num pequeno degrau. Imaginam o que é uma sala de rapazes a rir à gargalhada? Nem digo mais nada...

Lembranças dolorosas de infância

1. Lembram-se de lá atrás vos falar duma espécie de animal de estimação? Era uma galinha. Eu dizia: "Tica, tica, tica" e ela, obediente seguia-me os passos como fazia o E.T. Só que um dia a galinha virou canja, apesar das promessas da minha mãe de que não a degolaria. Lá se foi o animal de estimação.

2. As minhas irmãs (boas malandras) diziam que eu não era irmã delas, mas filha duma cigana. E eu acreditava porque os argumentos eram fiáveis: elas são as duas de pele branca e cabelos encaracolados, eu, morena e de cabelos daqueles que espetam para todos os lados e não se acomodam...
Quem tem irmãs destas...

3. Os banhos dados à força na praia. O meu pai achava que mergulhar-me três vezes no mar dava saúde. Eu corria que nem "Rosa Mota" por aquele areal à frente dele. Claro que acabava sempre por ser apanhada e quando sabia já estava a surfar à força na água e a engolir uns "pirolitos". Criança sofre...

4. Olhar uma foto minha e da minha irmã Isabel, em que tenho vestidas umas cuecas de alguma mana que me chegam até aos joelhos. A minha mãe deve ter-se enganado. loool

5. Fui mordida. Saí de casa disparada e fui de encontro a um pescador que vinha para casa com um peixe-espada na mão. O peixe vinha morto mas de boca aberta e aqueles dentes enormes espetaram-se no meu joelho. Ainda cá está a prova do crime.
Raio do peixe que mesmo depois de morto me ferrou os dentes.

6. Quando a minha irmã Alice casou e uma prima minha se aproveitou da minha cabeça para se armar em artista. Espeta-me com dois tótós no alto do craneo que me deixou de trombas todo o dia para além da dor na moleirinha...

7. Quando passava no bairro a "carroça dos cães" e levavam a Altina, uma cadelinha duma vizinha. Lá iamos resgatá-la...

E agora confiante de que não sofri nenhuma penalização vem a parte melhor.
Não houve por aí alguém que não respondeu a tudo? Estão caladinhas? Se bem me lembro o castigo é dar banho ao gato...
Desta vez dei eu e a Rafaela, para a próxima são vocês. Malú...Teresinha...quem quer ser a primeira. eheheheh.

Ufa...já me safei. Este selinho foi difícil de conquistar mas valeu a pena pôr a nú as minhas vergonhas para o ganhar. Quem diz que caminhar não custa???

Gisele prepara-te. Agora é contigo. Calça lá as havaianas e toca a andar...
Ficamos à espera e de olho em ti http://giselepontes.blogspot.com/

16 comentários :

  1. eh eh eh eh , eu não consigo parar de me rir , eh eh eh , até me doí-em os maxilares , eh eh eh eh ...
    a do cascol então deu cabo de mim , ai que eu nem consigo escrever , eh eh eh ,, adoreiiiiiiiii ..

    as minhas irmãs diziam-me o mesmo , que era adoptada , e eu também acreditava eh eh eh , isto irmãs mais velhas são todas iguais ,, malandras.
    eh eh eh eh eh ....

    uiiiii , ao ver a imagem do gato molhado deu-me cá um arrepio , eh eh ,,, brrrrr ,,,, tadito do gato ,,, prontos pá ,, malu vamos dividir tarefas ,, tu dás banho ao gato ,, e eu limpo-o ,, ok ,, eh eh eh eh eh ...

    jinhos ...

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  2. Ó Dulce, mas que aventuras! Isto dava um belo e divertido livro.
    Criança sofre...
    E que boa memória! Bem, realmente há coisas que nunca esquecem!
    bjhs e parabéns pelo hilariante texto!
    ;)

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  3. Dulce querida, foi vc que criou o maravilhoso selinho, com as sandálias havaianas? Parabéns, ficou lindo, criativo e inigualável. Este jogo está ficando muito hilário já dei boas risadas. Ainda não entendi o banho no gato. Espero ver também a lista. Eu pedi para ser colocada nofina, para poder ir assimilando a jogada! OK? Beijão!

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  4. Ui Dulce
    Isto dá cá um certo "charme."
    Mas que criança mais desafrontada.
    Bem... essa das meias de vidro não devia ser nada feio.
    A Dulce a correr pela praia fora também não está nada má.
    Agora essa das irmãs elas tinham cá uma lata....
    As minhas também não eram nada meigas, isto é mesmo assim.

    Fico satisfeita amiga já tens quem se ocupe do gato

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  5. Amiga Dulce,
    Não é por acaso que nos encontrámos aqui na Net.
    Tantos aspectos que recordo e me fazem sorrir pela semelhança. Até agora eu pensava que era a mais traquinas de todas, mas também lhe aconteceram algumas bem giras.
    Estou a imaginar a fruta toda espalhada...e a da sala de aula também muito própria da época.
    Brinquedos que não tínhamos, quedas, chorona (eu também era e muito), enfim.
    Depois também conto algumas.
    Recordo com saudades esses tempos.
    Deixo-lhe um beijinho e obrigada pelo sorriso que ainda mantenho, porque este meu fim de semana, foi muito cansativo.
    Com amizade,
    Ailime

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  6. Uau!

    Uma infancia plena, minha querida!
    A dos fósforos, arrepiou-me... já sabemos que não tens "pavio curto", eheheh!

    Beijinho fraterno e desculpa-me a minha ausência. Não é por mal!

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  7. Looooooooool !!

    Ai que coisa mais engraçada eheheh que tu és a contar!
    Deixa ver se agora consigo eu comentar, lol ...ainda não...

    eheheh eu tento.. eheheh eu tento... ai o meu maxilar ahahahah

    lol, lol, lol...Ai Dulce que engraçada que és a contar e acredita que ainda encontrei aqui tantas iguais às minhas. A do peixe eheheh estendido na bancada da cozinha, a olhar para mim, saí a gritar com o dedito ao alto: buáaaa pensava que tava morto... E também fui 'adoptada' ehehe

    Obrigada pelas risadas aqui e principalmente pela do gato que não contava nada, nada com essa. Foi brilhante! looool

    Muitos bjs.
    LOL

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  8. Coitadinha...o que uma criança sofre! E o mais grave é que ainda nos rimos das suas "desgraças"...
    Eu também fui filha de uma cigana
    eh eh eh ...

    beijinho
    cila

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  9. Teresinha, ri-te, ri-te...eu agora tb acho graça, mas que as manas mais velhas são sempre malandras, são!

    As tarefas do gato são divididas? tá bem, é preciso é que não fujam à penalização. Eu mando-o na camioneta que nem encomenda, com um letreiro no pescoço a dizer: Sou o despelado. dêem-me banho e vistam-me! eheheheh
    Bjinhos

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  10. Carolina
    O seu olho de supervisora imaginou logo um livro de comédia, não foi? e o bobo da corte quem é? eu, claro.eheheh.
    Quanto à memória...lembrar disto tudo deu muito trabalho, tive que lhe tirar a ferrugem e sacudir as teias de aranha.loool
    Beijinho

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  11. Maria Luiza
    O selinho é obra da Teresinha e da Malú, são umas boas malandrecas...se reparar no selinho está o nome da teresinha, ok?
    E a minha miga fica para os lados do fim. É só seguir...alguma dúvida e comente.
    Maria Luiza, o gato é só uma brincadeira. Ele é da minha filha mas é um gato especial, não tem pelo. Como toda a gente se arrepia quando o vê, lá ficou o desgraçado servindo de brincadeira...entendeu? ok.
    Beijo grande

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  12. Utília
    pois é criança sofre...mas olha que eu tenho-me vingado aos bocadinhos, tb passaram boas comigo. Tadinhas das minhas manas.
    Pois a parte melhor é que já tenho quem dê banho ao gato, eheheh.
    beijinho amiga

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  13. Amiga Ailime
    devemos ser meninas da mesma década e isso faz com que tenhamos muitas coisa em comum. Fico esperando pelas suas recordações e feliz por lhe ter arrancado um sorriso que serviu de alívio a um fim-de-semana pesado.
    beijinhos

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  14. Canela
    Não tenho pavio curto, não. E vai ficando mais comprido com o passar dos anos:))
    Fico contente da ausência se dever unicamente a falta de tempo. É normal.
    Beijinhos

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  15. Malú
    estavas a pensar que ficavas de fora? e não davas banho ao gato? era só o que faltava, eheh.
    Bem, estas confissões serviram para atenuar a tristeza de ter umas manas que diziam que eu era cigana, "afinal havia outra". loool
    Manas destas...loool.

    Beijinhos meu e do ^_^ miauuu

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  16. Cila
    é o que eu digo, que bom descobrir que não fui só eu a vitima de irmãos traçanas. Também foi filha de cigana, heim? LOOOOL
    bEIJINHOS

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Madre Teresa de Calcutá