Assinala-se hoje, dia 15 de Junho, o Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa.
Não consegui deixar passar esta data sem reflectir nela…
Ser idoso é ter que deixar para trás longos anos de labuta e luta, sacrifício e doação à família; Anos de concessões em que foram capazes de relegar para segundo plano os seus desejos e aspirações pessoais em prol dos que amam, e no presente, renderem-se à evidência de que a sua condição enquanto pessoa mudou e se tornou dependente, total ou parcial.
Esta nova e triste fase - humilhante por si só pelo facto de os obrigar a condicionar a sua autonomia à vontade de terceiros - agrava-se de forma drástica quando se sentem rejeitados pelos familiares ou “culpados” pelas contendas entre alguns filhos que medem ao milímetro o que cada um faz com receio de fazerem mais do que os outros; Ou ainda, quando são abandonados à mercê da sua triste sina de solidão como se estivessem num corredor escuro e sem esperança à espera da inevitável morte.
Sei por experiência própria que não é fácil abrir os braços e aceitar a responsabilidade de os tratar; Nem nunca será fácil lidar com a supressão de liberdade pessoal aliada ao cansaço que todo este problema acarreta, mas também comprovo que, se nós abraçarmos esta “missão” com amor e compaixão, somos surpreendidos por uma força interior que nos capacita duma forma desconhecida até então e que excede largamente as nossas expectativas em relação a nós mesmos.
Observo muitas vezes os avós (ainda não sou) cuidando e dando todo o seu tempo aos netos sem um queixume, passando por cima das suas limitações para estender as "mãos de ajuda" aos filhos.
É fácil amar as crianças... São flores a desabrochar, cheiram a primavera, despertam em nós a alegria da vida no seu apogeu. Os mais velhos fazem-nos confrontar com a decadência física e intelectual que tanto receamos e o medo da morte com a qual não sabemos lidar…
Hoje, ao dar mais uma vez o almoço à minha sogra, olhei-a com a ternura que ela me suscita e pedi a Deus que este sentimento nunca desapareça do meu coração, que esteja sempre à frente do meu cansaço ou interesses. Só por amor e através dele fazemos e alimentamos a nossa vontade de nos suplantarmos; Só o amor transforma os nossos gestos em actos de bem-querer; Só através do amor somos capazes de cuidar bem.
E quem ama cuida.
E quem ama cuida.
Dulce Gomes
Olá amiga Dulce,
ResponderEliminarEste tema que hoje aqui foca diz-me muito. Desde criança que sempre lidei bem com os idosos por quem continuo a manter um carinho muito especial. Entristece-me muito tudo aquilo que na actual sociedade não está a ser feito a favor destas pessoas que muitos esquecem que também já foram bebés lindos, pessoas que se sacrificaram pela família, e que mesmo depois de idosos ou doentes nos continuam a surpreender.
Ouvi-los, abraçá-los, respeitá-los ou tomar conta deles é dever de todos nós.
Vamos continuar cada um à sua maneira a amar estas pessoas maravilhosas que tanto deram de si e que apenas necessitam do nosso amor e carinho.
Muito grata pela sua partilha que muito me sensibilizou.
Um grande beijinho,
Ailime
Oi amiga, passei para lhe deixar um carinhoso abraço!
ResponderEliminarDeus e Maria esteja conosco!