E por tempo indefinido pairam no branco imaculado da folha como um borrão disforme, sem encaixe nem compreensão…
Fogem de dentro de mim num perene sentimento que tem tanto de calmo e agitado, como de luz e escuridão.
As trevas do que não sei cerram as cortinas dos meus olhos.
Não alcanço, não vejo, só sinto.
Neste confronto aberto – quase surreal – vagueio pelas frases desconexas que almejo entender e rendo-me tantas vezes à evidência de nada ter e pouco ser…
Magoa a impotência que se alonga e engrandece à medida que reduz a minha insistência a um mero esforço que aos poucos perece.
E só quando exausta quase rendida, encosto à margem; Quando o deserto me faz tropeçar nas fendas ressequidas dos seus trilhos;Quando despida de raciocínio me aprisiono e me abandono ao rosto amargo do declínio, aceitando o fim da viagem…
Tudo acontece...
Cheira a terra molhada, a tapete de sementes vivificadas, a fragrância a lírios do campo, de mar em plena maresia.
Ante esta energia arrepia-me a alma…e sou tanto…
Acorrento-me à luz do entendimento que me agita, definindo o sentido.
E os sóis – meus faróis – tecem bordados reluzentes soprando ao meu ouvido…
Os meus dedos espezinhados balançam frenéticos de confiança. Ignorando as cicatrizes dançam agora felizes traçando um rasto de esperança.
E das palavras à toa a ferro e fogo lavradas
Permanece a certeza tão boa
De que elas são o “TUDO”
Dos meus insignificantes "nadas"
Dulce Gomes
Olá, querida
ResponderEliminarDiante do Tudo somos mesmo um simples pó...
Bjm de paz e alegria
Muito bom... bonito, agradável.
ResponderEliminarObrigada pelo que partilhas aqui connosco...
Beijinho fraterno