"Somos anjos duma asa só e só podemos voar quando nos abraçamos uns aos outros."

Pensamento de Fernando Pessoa deixado para todos os que estão na lista abaixo e àqueles que passam sem deixar rasto. Seguimos juntos!

OS AMIGOS

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

PALAVRAS À TOA...



Solto as palavras à toa…
E por tempo indefinido pairam no branco imaculado da folha como um borrão disforme, sem encaixe nem compreensão…
Fogem de dentro de mim num perene sentimento que tem tanto de calmo e agitado, como de luz e escuridão.
As trevas do que não sei cerram as cortinas dos meus olhos.
Não alcanço, não vejo, só sinto.
Neste confronto aberto – quase surreal – vagueio pelas frases desconexas que almejo entender e rendo-me tantas vezes à evidência de nada ter e pouco ser…
Magoa a impotência que se alonga e engrandece à medida que reduz a minha insistência a um mero esforço que aos poucos perece.
E só quando exausta quase rendida, encosto à margem; Quando o deserto me faz tropeçar nas fendas ressequidas dos seus trilhos;Quando despida de raciocínio me aprisiono e me abandono ao rosto amargo do declínio, aceitando o fim da viagem…
Tudo acontece...
Cheira a terra molhada, a tapete de sementes vivificadas, a fragrância a lírios do campo, de mar em plena maresia.
Ante esta energia arrepia-me a alma…e sou tanto…
Acorrento-me à luz do entendimento que me agita, definindo o sentido.
E os sóis – meus faróis – tecem bordados reluzentes soprando ao meu ouvido…
Os meus dedos espezinhados balançam frenéticos de confiança. Ignorando as cicatrizes dançam agora felizes traçando um rasto de esperança.
E das palavras à toa a ferro e fogo lavradas
Permanece a certeza tão boa
De que elas são o “TUDO” 
Dos meus insignificantes "nadas"


Dulce Gomes


2 comentários :

  1. Olá, querida
    Diante do Tudo somos mesmo um simples pó...
    Bjm de paz e alegria

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  2. Muito bom... bonito, agradável.

    Obrigada pelo que partilhas aqui connosco...

    Beijinho fraterno

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As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável.
Madre Teresa de Calcutá