Hoje o mar não dança
Com brandos sapatinhos de espuma…
Contorce-se por entre novelos cinzentos
Num rugido de gemidos trazidos como lamentos…
Cheira a sal, a maresia…
E para lá do trepidar da janela
O mundo passa veloz.
Correm e choram as nuvens
Vergam-se os galhos
E até o sol parece rendido
À mesma dimensão
Que me silencia a voz…
Arrepia…
Ó dialecto desnorteado
Onde norteio o meu pensar…
Como se amolga e mirra a minha alma
Diante da grandeza da natureza
Da força do seu pulsar...
Dulce Gomes