Às vezes
sou onda com salpicos de vida
Seixo que
rebola e se esmerila nos tombos…
Areia onde
espraio a minha dor despida
Sol desbotando
a cor dos meus rombos
Sou o sal
grosso donde retiro
O tempero
mediador que me amansa
No mesmo
chão agreste onde me firo
Rasgo de
alegria em passos de dança
E num
bailado de alva espuma
Deixo cair pedaços
de erosão
Que se
reduzem a coisa nenhuma
Miscelânea
que quando me agita
Renova
o bater do meu coração
Num novo
pulsar que a viver me incita
Dulce Gomes