Trago em mim a bonança e a tempestade
O peso do silêncio, o eco dum grito
Um recuo que avança ao sabor da verdade
Uma verdade que sustenta este avançar circunscrito
Trago em mim a colheita dos tempos idos
Semente cravada na essência que sou
Terra árida, campos floridos
Chão que se faz céu na estrada por onde vou
Trago em mim a sede que alimento ter
A coragem ou ousadia de Te procurar
E entre a luta intensa do "ter" e do "ser"
Peço-Te que não desistas de me encontrar
E esta bagagem que me povoa
Esta chama ardente que não se consome
Escorre no meu peito mas não magoa
Porque És amor que me mata a sede e sacia a fome
Dulce Gomes