Um poema feito para alguém, não importa quem...
Queria hibernar no espaço que não tenho
Romper as correntes que me prendem ao que não
sou
Soltar a voz que dentro de mim contenho
Restaurar a alegria que um dia já me habitou
Manter acesa a fogueira da esperança
Até que a luz brote no beco sem saída
Nortear o meu rumo pela bússola da aliança
Com Aquele que um dia me deu a vida
Num torvelinho
de inquietações
Numa alma que se sente celeiro vazio
Até os muros derrubados são prisões
E as pontes erguidas, o desânimo, demoliu
De pés descalços neste chão de ilusão
Onde cardos floresceram nas fissuras do tempo
Agasalho as lembranças na palma da mão
Busco o que me resta no meio do desalento
Dulce Gomes
(Foto de Isabel Gomes)
(Foto de Isabel Gomes)