Hoje…
Só quero ser semente escondida na terra
Sem rasgar a penumbra que (da luz) me separa
Ficar-me em contendas de paz e guerra
Render-me à solidão que a minha alma declara
Só quero ser asas caídas no chão que piso
Sem ter de voar rumo a um rumo qualquer
Vou poisar na rocha que me esmaga o sorriso
E banhar-me na mágoa enquanto me apetecer
Só quero encher-me do que me consome
Sem apelidar o que sinto pelo nome
Deixar que o meu “eu” se sobreponha ao “nós”
E sem pressa para que a luz se assome
Deixo que este torpor, de assalto, me tome
E vou ficar, temporariamente, comigo a sós
Com um beijinho para todos os que ainda visitam este degrau