"Somos anjos duma asa só e só podemos voar quando nos abraçamos uns aos outros."

Pensamento de Fernando Pessoa deixado para todos os que estão na lista abaixo e àqueles que passam sem deixar rasto. Seguimos juntos!

OS AMIGOS

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domingo, 11 de julho de 2021

PERMITE-TE


Permite-te ser luz num mundo de trevas.
Abraçar a paz em tempo de guerra.
Aprende a não desesperar para colher o fruto do que plantas.
Nada (que sintas ser do bem) deixes por fazer.
Faz!
Caminha por entre pedras, salta a vedação do impossível e crê que, para além do que vês
existe algo que podes alcançar.
Permite-te carregar no olhar o infinito azul do mar, beber da água da vida em doses sem medida
saborear os detalhes com um sorriso.
Um dia, ao olhares para trás, verás que muitos dos muros que encontraste foram erguidos por ti.
Não permitas que as trevas do outros assombrem o teu querer, o teu ser, o teu viver.
VIVE!


sábado, 28 de julho de 2012

VALE A PENA ESCUTAR...

Gostaria que todos os amigos que por aqui passam escutassem este testemunho que descobri por acaso num grupo católico no facebook. 


 

Que ele contribua para clarificar os pontos obscuros da nossa parca sabedoria e nos ajude a procurar e seguir apenas o verdadeiro Caminho: JESUS!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ORAÇÃO DE S.FRANCISCO DE ASSIS

Este vídeo foi filmado no dia 3 de Julho de 2010 na Igreja Matriz de Sines.
Porque foi um dia marcante na minha vida ao receber uma das maiores bênçãos de Deus, o meu casamento na Igreja, partilho hoje por ser dia de S. Francisco de Assis.
Que à sua semelhante nos entreguemos à vontade do Pai fazendo-nos instrumentos da Sua vontade.


Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

BLOGUE REMOVIDO?



Ontem ao tentar fazer uma página nova no meu blog, ele simplesmente desapareceu. Fiz várias tentativas para o encontrar e só me aparecia uma mensagem: O seu blog foi removido.

Durante o tempo em que fiquei sem ele, muita coisa me passou pela cabeça, mas o que predominou cá dentro foi uma terrível e doída sensação de perda. 
Durante uma hora e tal - tempo de sobra para moer os neurónios - revivi toda esta aventura de três anos: os comentários dos amigos, os seguidores, o meu crescimento de fé, as minhas postagens...
Foi quando pensei nas postagens que a angustia triplicou. Nunca tive o cuidado de copiar e guardar tudo o que escrevo, achei sempre que não era tão importante assim. Até a minha "poesia" não está devidamente salvaguardada. 
Relembrei quantas vezes - durante estes três anos - pensei em fechar este degrau e sempre reconsiderei; relembrei as reflexões saídas das minhas mãos, mas arrancadas do mais profundo do meu ser com sorrisos e lágrimas à mistura; mas acima de tudo do objectivo que impulsionou o seu começo: a ânsia de partilhar, dar a conhecer Jesus e confirmar a Sua actuação em todos aqueles que se abrem para o escutar e aceitar o Seu plano.
E foi neste ponto que me assaltou a ideia de que talvez fosse de Sua vontade fechá-lo. 
Vazia, parecia que me tinham sugado Deus da alma, senti-me fraca e perdida...
Resignada mas desafiadora disse a Jesus:
"Vou fazer uma última tentativa, se o blog não aparecer tomo como certeza de que é de Tua vontade e nada mais farei para o reaver"
Quando o abri, ele apareceu intacto, excepto a postagem que tinha quase acabada. 

Estou pensando e tirando ilações do sucedido e ainda que não saiba a causa de tudo isto, sei um dos efeitos: vou copiar todos os pedacinhos nele contido e guardar, porque eles contam passo-a-passo o trilho que piso. Os meus tropeços, vitórias e derrotas, duvidas e confirmações. Falam do meu crescimento como pessoa e como cristã e do meu amor crescente por Jesus e a vontade de O seguir mais e mais...

Aconselho-vos meus amigos - se ainda não o fizeram - a fazerem cópias das vossas preciosas postagens. Porque nunca se sabe o que pode acontecer.



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

DE VOLTA...

Cá estou! 
Foi curto o interregno mas deu para apanhar novos ares...
Fica a partilha sintetizada de cinco dias, divididos entre ciclismo, caminhada e a descida de slide - por acaso o maior do mundo - em Ribeira de Pena, com a extensão de um quilómetro e leva um minuto a descer.
Foi bom sentir o vento na cara e olhar o mundo do alto...





domingo, 5 de junho de 2011

CRISMA. EM ALTO MAR...

Hoje na Igreja Matriz de Sines irá ser celebrado o Sacramento do Crisma sobre 25 pessoas.
A minha querida sobrinha Ana Lúcia fará parte desses escolhidos para receber o Espírito Santo e renovar os seus votos de fé.

Partilho com alegria o texto que escrevi há algum tempo, quando uma amiga me pediu para o Crisma da sua filha. Hoje, mais uma vez estará numa pagela para ser distribuida por todos como recordação dum momento especial.
Que o Espírito Santo os ilumine para todo o sempre!























Parabéns a todos e em especial para a minha querida "xubinha". Estaremos em peso para partilhar contigo esta benção de Deus.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PARTILHANDO


Tem alturas em que tudo vem em catadupas e os “serviços” diferem tanto uns dos outros que se torna difícil separar esta mistela de sentimentos que giram num rodopio dentro de mim.
Tudo se mistura anulando o meu raciocínio e a concentração para me dedicar a escrever um só tema. São muitos os pontos onde devo e tenho que me debruçar para entender, porque ultimamente, assemelho-me a um aluno em época de exames; a matéria vem compactada e tem que ser esmiuçada para poder estuda-la. Só quando me for dado discernimento para encaixar tudo o que tenho recebido, é que talvez comece a conseguir escrever um por um.
Fazendo um balanço, direi que tenho sido abalroada – é esta a palavra que melhor me define – por sentimentos de tristeza, decepção, surpresa…fui confrontada com a astúcia perigosa dos “sábios” e com o malabarismo de quem se sabe impor com destreza, usando o Santo nome de Jesus para seu exclusivo proveito. Tenho feito um esforço para que a tristeza daqui resultante, não ganhe terreno nem se sobreponha à alegria das imensas graças recebidas e principalmente, quero conseguir manter presente a presença de Jesus em mim; quando me escuta e atende, quando me trás respostas às minhas incertezas e quando me mostra o quão poderosa pode ser a oração. E nesta ultima, muito haveria para escrever, porque tem sido imensos os sinais de que Jesus escuta o clamor de quem está aflito. Vem e derrama o Seu infinito amor, levanta os caídos e leva-os à esperança. Por isso a minha oração de intercessão pelos mais fracos e doentes não cessará.  
Jesus tem sido bálsamo, confirmação, amor. Tem sido presença, instrução e luz no meu caminho. E se um dia afirmei que não tinha coragem para trilhar o Seu caminho por não saber como me confrontar com as consequências, hoje aceito-as e de peito aberto, recebo a tribulação porque ela produz a firmeza, e a firmeza a esperança. E por mais triste e decepcionada que fique seja com o que for, irei continuar, porque a recompensa está nas pequenas/grandes graças que recebo a cada dia.
Obrigada Senhor!

“Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós?”Carta aos Romanos8,31

Dulce Gomes

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PAI, PERDOA-NOS


Chuto sempre para o lado quando se trata de julgar os outros, porque não me sinto no direito de o fazer e porque cada um terá o livre arbítrio para opinar e decidir sobre si próprio.
Isto não quer dizer que me demita da minha opinião ou que a minha postura seja passiva e morna, não defendendo o que acredito. E eu acredito em Deus! Com todas as minhas forças e fraquezas, com todo o meu coração apesar das suas falhas e com toda a minha alma, embora eu e ela por vezes nos “desentendamos”.
Esta postagem é a consequência das “coincidências” que de há um tempo a esta parte teimam em bombardear-me, tanto, quanto eu teimo em ignora-las para não lhes dar protagonismo.
No entanto é difícil tapar os olhos quando à minha volta constato a trajectória definida por pessoas que conheço e gosto.
A variedade é muita. Há os que simplesmente não acreditam que Deus existe, os que ainda não O descobriram, os que O receiam, os que não tem coragem de O assumir, e por aí… E até aqueles que vivem com um pé em cada margem, bastando um empurrão para se deixar cair para um dos lados…
Ontem, um amigo fez questão de que me fosse entregue em mãos um texto escrito pelo Padre Anselmo Borges a propósito do lançamento do livro “Caim” de Saramago, onde ele foca a sua admiração pelo livro em questão e sublinha excertos de outros textos sobre o ateísmo. Não vou fazer considerações sobre o artigo e muito menos ao livro, que por opção não li, embora lhe conheça o conteúdo. Por respeito à pessoa que o escreveu remeto apenas para mim a minha opinião sobre ele. Mas debruço-me sobre a frase  que à luz do entendimento do escritor descreve Deus. Diz ele: “Deus é o silêncio do universo, e o ser humano o grito que dá sentido a esse silêncio”. Esta frase é considerada como a mais bela descrição de Deus, segundo o Teólogo Juan José Tamavo e veio devidamente sublinhada por este amigo para que eu reflectisse sobre ela.

Ora bem, depois de reler este artigo fixei-me na famosa frase…Fiz silêncio.
Um silêncio que me elevou à oração por todos aqueles que deixam que a sua vida seja governada pelas energias da moda e buscam fora de Deus a força para as suas provações. Silêncio por aqueles que olham os cristãos como se estivessem perante pessoas diminuídas de intelecto. Silêncio pela facilidade com que se idolatram e seguem pessoas como se fossem Deuses e se elevam os seus escritos ao patamar da doutrina. Silêncio sobretudo por todos os ateus que já partiram. Este silêncio é oração e apelo à Divina Misericórdia de Deus pelos que erradamente nada fizeram para a salvação das suas almas enquanto na vida terrena. Silêncio para pedir perdão pelas blasfémias proferidas.
Mas...não por esta famosa frase. Porque nela eu vejo Deus, Supremo, Grandioso, que faz com que, até aqueles que n`Ele não crêem O vejam no universo e O admirem e também porque ela(esta frase) acaba por ser o catalisador que leva muitos cristãos a rezar pelas suas almas!”

Tudo é de Deus e no universo do meu ser quebro o silêncio com este grito:
Deus, silencia o coração dos homens, fá-los escutar-Te. Abre-lhes o espírito à Tua luz, mostra-lhes o caminho da verdade, o único que é só um: o Teu!
"Perdoa-lhes Pai, porque eles não sabem o que fazem"
Curiosamente esta passagem da Bíblia foi distorcida pelo autor até à exaustão. Acredito na Misericórdia Divina e acredito que à sua chegada Deus o envolveu num apertado abraço e perdoou...
E perdoa-nos Pai a todos nós, cristãos, pela inércia a que nos entregamos quando preferimos assobiar para o lado...
Perdoa-me Pai quando o faço!

A minha alma está unida a Vós
a Vossa destra me sustenta.
Quanto aos que procuram perder-me,
Cairão nas profundezas dos abismos,
serão passados  fio de espada
e serão pasto para os chacais.
O rei, porém alegrar-se-á em Deus.
Será glorificado todo o que jurar pelo seu nome
enquanto aos mentirosos será tapada a boca.
Salmo 62, 9-12


Aqui o artigo do D.N em questão
Saramago e Deus
 
Dulce Gomes

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CAPACIDADE DE AMAR


Chegaram e sentaram dois bancos à minha frente. Eram eles, a mãe e um casal de filhos. O rapaz terá uns dez anos e a irmã uns 7.
Até aqui tudo normal, não fosse o silêncio e o bom comportamento dos dois que contrasta com outros exemplos que tenho presenciado na missa de domingo, onde por precaução e sempre que se trata de dois irmãos os pais tratam logo de separá-los com vista a controlar qualquer arrufo.
E tudo normal, não fosse o menino ser portador duma deficiência (de nascença).
Mas o que me chamou a atenção não foi nada do que conto atrás, mas sim o que viria a presenciar.
Mal sentaram a menina esticou o seu bracito ainda pequenino e com pouco alcance e enlaçou carinhosamente o irmão. Olhando para ele com uns olhitos carregados de ternura beijava-lhe a face, tirava-lhe os cabelitos dos olhos, ajeitava-lhe os óculos, até que suavemente encostou a cabecita no seu ombro e assim ficou... Ele por sua vez carregava nos gestos a alegria daquela proximidade aconchegando-se conforme podia. Cá atrás era impossível ficar indiferente. Comecei a engolir em seco (não fui só eu...) e a tentar abstrair-me, mas tornou-se difícil evitar a emoção. Pedi tanto por eles…
Na hora da comunhão e enquanto a mãe foi comungar, foi a vez dela com o seu ombro pequenino receber a cabeça do irmão que se encaixou como pode dada a diferença de tamanho. Assim, entre beijinhos e abraços, ela tão pequenina parecia dizer-lhe baixinho: “não temas, eu estou aqui para te proteger e nunca te vou abandonar pela vida fora…”
À saída e por acaso saímos ao mesmo tempo, afaguei-lhes os cabelos enquanto passavam por mim. A pequenita sorriu-me sem nunca perder o sentido de responsabilidade de ajudar o irmão no seu caminhar limitado. Troquei algumas palavras com a mãe (que conheço) e sei que ela teve a coragem de trazer ao mundo outro filho para que o 1º não ficasse sozinho.
Que lindo este plano e que abençoado foi por Deus...
Fiquei pensando no quanto se torna difícil tantas vezes carregar a minha cruz ao ter que chegar e estar presente daqueles que de mim dependem…a falta de paciência, a rejeição interior, o cansaço e pior que isso, até como interiormente me auto-vitimo e luto contra isso.
Esta menina nasceu com uma herança "pesada", veio ao mundo com um objectivo: Fazer a ponte entre o irmão e o mundo e salvaguardar uma presença e um amparo na sua vida quando a presença dos pais já não for possível.
Por tudo isto poderíamos detectar-lhe sentimentos de negação, de ciúme, atitudes extremas para chamar a atenção, mas não. Nos seus olhitos só se lê o amor enorme que nutre pelo irmão. Sentimento que lhe dá uma capacidade de entrega capaz de nos envergonhar e repreender pela  forma espontânea e natural com que o faz, fruto do amor que lhe tem.
Que lição me deram estes dois meninos...

Peço-te Senhor por todas as famílias que tal como esta sofrem tantas vezes a dor da descriminação e da falta de ajudas tão necessárias para atenuar o que só por si já é tão grande: o sofrimento que advém destas adversidades.
Senhor, de maneira especial entrego-Te estes dois irmãos. Peço-Te Senhor, que no meio daqueles abraços estejas sempre Tu, a reforçar os laços que os unem com o Teu amor.

Dulce Gomes


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CHEGADA A FÁTIMA

FOTO ENVIADA PELO JOÃO À CHEGADA


 
Hoje, muitos peregrinos de nossa Senhora de Fátima chegarão ao Seu Santuário. Entre eles já chegaram o Fernando que fez o percurso de bicicleta e o João nosso amigo, companheiro e irmão de fé.  

Em gratidão a nossa Senhora pela sua proteção e ajuda divina, sinto necessidade de partilhar com todos, uma experiência do nosso caminho em Maio do ano de 2009. Este testemunho tem um só objetivo: Louvar nossa Senhora.
A narrativa é minha, mas faço-o como porta-voz de todos os que o vivemos de perto e também com o consentimento da nossa também peregrina e amiga do coração: A Lena.

Estávamos no 1º dia de peregrinação que tinha começado cheia de alegria à semelhança dos outros anos. Começámos a etapa com aquele "brilhozinho no olho" fruto da satisfação de rever os amigos e de iniciar de novo uma caminhada para o Santuário de nossa Senhora.
Infelizmente a alegria não foi duradoura. Nessa tarde a nossa amiga Lena recebeu um telefonema com uma triste notícia: A sua nora tinha tido um acidente de moto, estava hospitalizada e corria perigo de vida. Consternados, envolvemo-la num abraço conjunto, orando, mas ao mesmo tempo desvalorizando um pouco à sua frente a gravidade da situação para tentar que ela não afundasse no desespero.
O seu 1º impulso foi desistir e correr para perto dos seus, mas do outro lado do telefone estava a resistência duma família unida que estava aguentando as "pontas" e que, sem nunca perder o sentido do motivo pelo qual ela estava ausente, não queria de forma alguma que ela desistisse, argumentando com o facto de que ela faria muito mais pela nora enquanto peregrina rezando por ela, do que ao seu lado.
A Lena continuou.
(Aqui e antes de continuar, tenho que ressalvar a força como ela aceitou tão grande infelicidade. Ela chorou, rezou, mas nunca da sua boca saíram frases de revolta ou queixume, apenas de oração.)
Mas no outro dia o seu coração estava demasiado ansioso, queria avaliar com os seus próprios olhos toda a gravidade da situação e precisava olhar o filho nos olhos, abraça-lo e consolá-lo daquela forma tão genuína como só uma mãe o faz e então pediu ao marido para ir buscá-la no final do 2º dia.
Os amigos (incluindo o João), cercámo-la numa despedida dorida enquanto ela pediu para lhe guardarmos o chapéu e o bordão. O joão olhando para ela disse-lhe: "Vai, eu vou usar o teu chapéu e só o tirarei para o usares de novo. Porque tu vais voltar".
Algo nos dizia que ela voltaria. Essa noite foi de oração intensa entrecortada pelo vazio deixado pela Lena e pela preocupação. Porém, invadiu-nos uma certeza que ela voltaria e que a nossa Senhora nos escutava e tinha abraçado o nosso pedido e intercedia por aquela família. 
No outro dia já à noite a nossa querida amiga voltou. Depois de ver a nora por breves minutos e ainda que se confirmasse um mau prognóstico, ela voltou. Quando a olhámos confirmámos que apesar de tudo, os seus olhos transmitiam esperança e a sua fé reforçada, com uma vontade férrea de prosseguir até ao encontro com a nossa Mãe. Foi com emoção que o João lhe devolveu o chapéu e o seu bordão. Seguimos confiantes de que a nossa Senhora estava cuidando de tudo, sentimos a Sua presença em todos os momentos... Juntinha a nós como se estivesse a comandar os nossos passos, as nossas orações...
Os restantes dias foram de entrega e graças conforme recebíamos a atualização das notícias.
No dia 11 de Maio chegámos! Unidos, ajoelhámos agradecendo a nossa Senhora pelo amparo amoroso e por ter escutado as nossas preces aflitas e sofridas.
A nora da Lena recuperou e está bem. Este ano foi ter connosco num dos dias da peregrinação, assistiu à eucaristia e agradeceu as orações feitas por si.
Mais tarde numa conversa, ela mesmo nos confessava que não sabia explicar mas durante toda a dolorosa provação pela qual passou e principalmente na fase inicial em que o seu estado era muitissimo complicado, sentiu com muita certeza e constantemente que estava sendo ajudada pela nossa Senhora através de nós e das nossas orações.

LOUVADA SEJA NOSSA SENHORA.


(Este vídeo foi filmado pela minha sobrinha(que aparece no final) no único dia em que a Lena não caminhou connosco. As vozes são da minha querida irmã Isabel e da Rosália. Quase no final aparece o João com o chapéu da Lena.)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

EXPERIENCIAI...

Esta palavra estava como que escrita na minha mente e eu perguntava porquê? E principalmente o quê? Que estava eu a experienciar? Sabia o que estava sentindo mas não conseguia entender qual o objectivo, muito menos o que queria Jesus que eu fizesse com aquela intensa sensação de sentimentos de impotência e fraqueza perante algo que não sabia exactamente o que era.
Parco entendimento o meu...A palavra continuava viva, ressoando cada vez mais alto como se estivesse cravada em mim. Meus olhos já entregues a Jesus, entoaram uma súplica, um pedido de auxílio. Supliquei-lhe ajuda conforme pude e não foi por acaso que estavam ao meu lado dois olhos atentos, lendo exactamente o que se passava, assim como não foi por acaso que uma mão se estendeu e em conjunto se unimos em oração num entendimento mútuo, ao mesmo tempo, sabendo ser  incompreensível para quem testemunhasse...
Que experienciei eu afinal? Ainda estou a tirar lições da lição dada, mas ficou firmemente escrito em mim que nada sou e tudo o que consigo ou alcanço vem da Sua infinita bondade e vontade e do Seu amor por mim.

Registei assim: Somos constantemente atribulados por inúmeras forças bem mais fortes do que as nossas e sobre as quais, jamais saímos vitoriosos sem a mão protectora de Jesus, Maria e do Espírito Santo.
Reflicto: Quantas serão as situações em que Jesus vem em nosso auxílio, nos livra do mal e nós nem nos apercebemos porque Ele não se revela? Segura-nos para não errarmos, afasta os empecilhos do nosso caminho, emenda os nossos erros, nos perdoa sem limite e leva -nos pela mão como quem leva um filho?
E nós? Como reagimos quando sentimos a leveza dum problema que deixou de nos empurrar os ombros para o fundo do abismo? Teremos a humildade de nos olharmos como seres fracos que somos? Reconhecendo e agradecendo por estarmos libertos do que nos atormentava? Ou ainda nos achamos os maiores, insuflando o nosso ego por termos tido a capacidade de ultrapassar tudo o que ficou para trás?

Experienciai...
As experiências acontecem quando Jesus se revela de forma inequívoca, nos abre os olhos até ao que não é agradável nem bonito, mas que serve de antídoto em situações futuras com as quais seremos confrontados.
É a sabedoria da Palavra, viva e vivida ao vivo e a cores, sejam elas de cor cinza ou colorida. É a aplicação do que interiorizamos em ensinamentos mas que alcançam uma outra dimensão quando sentidas no nosso corpo, no nosso coração.
São degraus de altura reduzida, mas que impulsionam o avançar na busca do entendimento e que dão força para entregar...entregar cada vez mais, tudo...

Senhor,
Entrego-Te o que sou, o que faço, os que amo.
Mas também as minhas falhas, as minhas quebras,
os meus passos incertos.
Dá-me a capacidade
para manter vivo este rastilho
que incendeia o Teu amor no meu coração.
Sei que ele se alimenta de oração e entrega
E reconheço
que nem sempre lhe dou esse alimento
para o manter activo e actuante.
Por isso Senhor Te peço:
Eu amo, mas aumentai o Teu amor em mim!

Dulce Gomes

terça-feira, 14 de setembro de 2010

MARIA NOS (E)LEVA A JESUS


Fátima, Santuário de Maria.
Ali estava de novo, emocionada e grata porque meus pés estavam pisando de novo aquele chão sagrado. Desta vez não estavam ardendo de cansaço pelo caminho a pé, mas o meu coração pulava de igual forma à entrada do Santuário...Visão arrebatadora que quase me sufocou de alegria. Olhei ao meu redor e apenas disse: “Aqui estou Mãe”. Confirmei a saudade e a necessidade que tenho daquele lugar. Ali sinto Jesus, vivo! Ali senti mais uma vez Jesus, vivo, actuante, derramando graças. Ali...fui mais uma vez abençoada e confirmada...
Ali, sentada na escadaria ao lado do altar, falei com Maria e Jesus, dizendo como sentia saudade do abraço envolvente de Jesus, aquele abraço onde deixo que a minha alma descanse, recebendo o conforto revigorante do restauro. E ali, quando me apercebi, dois braços me enlaçavam profundamente...dei graças, só por aquele momento já tudo teria valido a pena...
Fiquei reflectindo como o Senhor nos move, até como nos arrasta...
Como me arrastou momentos depois, da escadaria, e me levou até à Igreja da Santíssima Trindade, como se eu tivesse asas nos pés...ainda que relutante, obedeci. No trajecto que separa as escadas até à Igreja, só pensava que estava cometendo um erro, iria perder a comunhão, tão importante, mas as pernas continuaram sem se comover e seguiram adiante.
À entrada da Igreja, pela porta principal, entreguei o meu olhar a Cristo pregado na cruz e caí de joelhos. Perdendo a noção do tempo e do espaço, recebi o entendimento do “para quê”, da minha presença naquele momento...Louvei intensamente.
Não comunguei nessa Eucaristia, mas...Jesus tinha tudo planeado e de tarde, na 2ª visita à Igreja(por vontade e necessidade da minha irmã) chegámos e estava quase terminando a Eucaristia, a minha maninha olhou-me disse-me: “ Mana, ainda vais comungar”. Nem queria acreditar...Afinal tudo estava preparado, num traço perfeito pela mão de Jesus e Maria.


Deixo aqui um pouco do que recebi neste “encontro” com Jesus e Maria...

Vinde, Maria Santíssima em nossa defesa
Desembaínha o Teu poder
Dá-nos a Tua fortaleza
Para que nos saibamos defender...
Reveste-nos de humildade
Inunda-nos de amor.
Vem Espírito de verdade
Une-nos em cumplicidade
Com a Santíssima Trindade...
Nosso escudo protector.

Escrito na Igreja da Santíssima Trindade

Aclamai Maria, será Ela o bálsamo apaziguador em momentos de confusão espíritual e a protectora fiel que vos defenderá.........

Dulce Gomes

( Este dia foi partilhado com as minhas irmãs, "xubinha" e com outros irmãos de fé a quem abraço com Jesus e Maria)

sábado, 11 de setembro de 2010

GARIMPEIROS DA VIDA


A vida assemelha-se a um rio. Sempre correndo. Frenéticamente ou devagar, mas carregando consigo uma diversidade de elementos que pelo seu tudo, se revelam numa riqueza de dádivas por onde passa e desagua.
Nós, igual a garimpeiros arregaçamos vontades e mergulhamos nele a peneira que as nossas mãos seguram.
Com vista a alcançar algo ou atingir objectivos, percorremos este rio da vida em busca do que de melhor a sua corrente nos trás. Esperando que nas nossas malhas caia uma pepita enorme chamada: Felicidade.
O que é a felicidade? Fazendo um termo de comparação, diremos que é um tesouro. Quem não o tem, busca-o ávidamente, e quem o tem, deveria perservá-lo.
Só que o conceito de “felicidade” varia de pessoa para pessoa e os valores que chegam para gaúdio de uns, não satisfazem minimamente as necessidades de outros, induzindo-os a uma correria alucinante na busca de outras margens, para alcançar o que muitas vezes já caiu na sua peneira há muito tempo.
Saberemos nós sacudir a nossa peneira de modo a que nada se perca? Saberemos olhar cada componente depositado com a sensibilidade do que pode ser proveitoso e válido para nós? Ou descartamos de imediato tudo o que nos parece pequeno, insignificante e sem brilho? Já lá diz o velho ditado: "Nem tudo o que brilha é ouro". E sabemos que, se os nossos olhos não estiverem em consonância com o nosso coração, juntando aos dois a voz da razão, somos traídos pelos mesmos, que ao ficarem ofuscados pelo brilho fazem uma avaliação precoce e irreal do que observam.
A felicidade é uma plenitude fragmentada de inúmeras partículas, que nem sempre se conseguem agregar e pela sua dissemelhança, preferimos jogar “borda fora” algumas, em detrimento de outras, perdendo com isso a oportunidade de as formatarmos com vista a atingir a harmonia.

Dulce Gomes

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

VAI-SE ANDANDO...


A minha cidade, Sines, é pequena e toda a gente se conhece. Situa-se no litoral alentejano, tem umas praias lindas que fazem as minhas delícias. Para compor e arrematar este cenário e sem desfazer, as pessoas são maravilhosas, amigas e faladoras. Mas aqui é que começa o que quero focar...
Saí como sempre faço para ir às compras e vou constantemente encontrando vizinhas, amigas ou simplesmente conhecidas a quem dou os bons-dias e pergunto se está tudo bem.
Ao fim de três respostas percebi que todas elas foram fotocópias umas das outras, fui sempre brindada com um “Vai-se andando”...E lá foram andando à sua vida. Quando me apercebi, sorri e pensei: Será que eu também respondo assim? Levei a peito essa curiosidade. Mais à frente e conforme ia dando a salvação, cheguei à conclusão que a minha boca também fugia para o “Vai-se andando” e não fora ter posto o meu cérebro de sobreaviso, tinha saído igualzinho sem tirar nem pôr. Para ser original e não cair na tentação do “Vai-se andando”, fiquei-me pelo “Mais ou menos” e “Cá se vai indo”. Aí é que ri de mim mesma e falei para os meus botões: “Boa Dulce, que original me saíste”.
Mas neste “Vai-se andando”, se eu resolver puxar a conversa e perguntar: “E a sua saúde, como vai?”. O “Vai-se andando” dá lugar ao: “Ah, muito mal, infelizmente” e a conversa estica como elástico e pega como cola de contacto. Eheh...
Mas não é que tenho sempre a minha paciência a ser posta à prova? E pondo a dos outros também... É que quando me apercebo também eu estou esticando e falando sem calar a matraca?
E não é que quando chego a casa, já atrasada, para não variar, estou com um sorriso? Salvo excepções...Mas pronto. Não há nada a fazer, eu sou igualzinha e respondo da mesma forma, acrescento só mais duas palavras: “Vai-se andando na graça de Deus”.  
Sou alentejana, sinieense e "caramuja". Tudo isto com muito orgulho.
Só mais uma coisita: Não pensem que os alentejanos andam a passo de caracol, quanto muito, por aqui, anda-se a passo de caramujo.


Ps: (Para quem não sabe, os naturais de Sines são apelidados de caramujos. Isto é que é original, ou não é?:)

Dulce Gomes

sábado, 31 de julho de 2010

PORQUÊ OU PARA QUÊ?

E se a vida fosse uma linha recta, igual a uma estrada larga com boas escapatórias e de excelente visibilidade? Onde o nosso campo de visão fosse de tão largo espectro, que houvesse sempre tempo de reacção suficiente, para receber do cérebro as coordenadas certas para evitar uma colisão? Parece-nos uma fórmula perfeita...

Mas a vida não é uma linha recta, não tem bermas largas, nem o nosso raio de visão é suficientemente amplo para enxergarmos muito além. O nosso caminho é feito de curvas, contra-curvas e precalços, que constantemente põem à prova a nossa perícia. E o sair ileso ou não, tem que ser sempre um ponto de reflexão e posterior aprendizagem.
Se olharmos uma estrada deparamo-nos com vários sinais. Cada um informa, proíbe ou adverte-nos para algo, numa tentativa de nos precavermos para os mais diversos perigos.
Será que os respeitamos na íntegra? Ou preferimos ignorá-los na ânsia de que seja feita apenas e só a nossa vontade?
É certo que comparando a nossa vida a uma viagem composta de várias etapas, vemos que pelas caracteristicas de cada uma nem sempre escapámos incólumes em todas elas. Colidimos, magoamo-nos e sofremos as consequências. Também é verdade que nem sempre encontramos uma justificação apoiada num erro crasso. Aparentemente, cumprimos todas as regras, e eis que de repente vemo-nos a “braços” com uma situação que parecendo surgir do nada, abana toda a nossa estrutura, que julgávamos à prova de embate. Sentimo-nos abalroados na nossa imperfeita tentativa que atingir a perfeição.
De assalto, chegam à nossa mente todos os “porquês”, opomos resistência a enxergar o “para quê”, receando que a provação seja tão dolorosa que se torne insuportável, e erramos em deixar que sentimentos como a descrença e a revolta tomem o lugar da fé e da confiança.
Jesus disse a Tomé: Não sejas incrédulo, mas crente”Jo 20,27. Quantas vezes tomamos a mesma atitude de Tomé, acreditando só depois de ver?
Em vez de interpelar constantemente Deus, abramos o nosso ser aos Seus sinais, ainda que não perceptíveis na sua totalidade. Façamos deles o bálsamo que atenua a dor, a luz na penumbra, a estrela que nos guiará até ao final do trajecto.
Há que confiar que tudo tem um propósito, nem sempre claro à partida. Iremos concluir que as curvas da nossa estrada foram desenhadas pelas mãos dum Mestre, para que tenhamos a oportunidade de aperfeiçoar a nossa condução. E as pedras que nos fizeram tropeçar, foram cuidadosamente dispostas por Ele em sítios estratégicos para que adquiríssemos a capacidade de cair e nos levantar. Nesse erguer, infalivelmente, está sempre a Sua mão vigorosa que nos segura e endireita. É nesse momento que, ainda que cansados da jornada, sobressai a fragilidade da nossa condição humana, surge o admitir que “o nosso tudo é tão pouco”, mas afloram em nossos poros a fortaleza dum ser quase renascido das cinzas.
No momento de chegada, o mesmo Mestre gravará a luz sobre o vazio escuro e inóspito superado, todos os "para quês", tudo ficará claro e límpido como a água mais pura e só nos resta pedir perdão porque não confiámos cegamente. 
«Acreditaste porque viste. Felizes os que acreditam sem terem visto».Jo 20,29
Que o Senhor nos dê o a fortaleza, o ânimo, para ultrapassar as curvas e pedras do nosso caminho sem cair na tentação de achar que Ele nos abandonou.
Deus é Pai e ama-nos incondicionalmente.


Dulce Gomes


segunda-feira, 26 de julho de 2010

QUE FAZEMOS NÓS DA NOSSA VIDA?



Que fazemos nós da nossa vida?
Ou, que deixamos nós que a vida nos faça?
Há quem defenda que os melhores amigos são os que trazemos da infância, com os quais repartimos o nosso crescimento e dividimos as nossas primeiras emoções.
Há dias cruzei-me com uma amiga de infância que desde os dezassete anos está viver num outro País. Por força dessa circunstância, apenas nos encontramos, na melhor das hipóteses, uma vez por ano. Trocamos conversas vagas e despedimo-nos. Este ano, cruzámo-nos numa noite amena, num dos passeios à beira-mar e a conversa foi um pouco mais além do habitual. Eu escutei, escutei, pouco intervi, mas fiquei terrivelmente impressionada pela forma expressa, dirigida aos que  cá deixou: Os seus pais.
O discurso frio, parecendo desprovido de sentimentos com que os “brindou”, levou-me à conclusão de que os anos apagaram do seu coração os elos de ligação para com os seus progenitores, levando à quebra dos laços que deveriam ser indestrutíveis e à prova de distância e que a sua vinda é quase um presente envenenado. Fiquei pensando nos seus pais, na forma como eles a pouparam do trabalho a que eu não fui poupada, que com treze anos já trabalhava no único empregador da terra: uma fábrica de conservas. Mas que nunca me deixou nem traumatizada, nem complexada. Pelo contrário, serviu para aprender que a vida custa, é dura, passei a entender muitas das frases dos meus queridos pais. Amadureci mais depressa.
A mãe dela era minha colega de profissão, pessoa muito trabalhadora com a qual muito aprendi e por quem tenho muita estima. A partir desta conversa, para além da estima que por ela nutria acrescentei a admiração e as minhas orações. Fiquei imaginando como se sentirá aquela mãe que apesar das dificuldades passadas, ainda hoje faz “das tripas, coração” para continuar a tratá-la como uma princesa nos poucos dias em que pode desfrutar da sua companhia. Dias em que apesar de a ter fisicamente perto a sente ausente e de quem recebe como recompensa apenas migalhas, consequência da indiferença dum coração endurecido.
Olhei-nos às duas. Pouco ou nada já temos em comum. A vida tratou de nos modificar através das vivências desiguais de cada uma. Caminhos diferentes levaram-nos a traçar rumos que cavaram um abismo entre nós.
Hoje, somos apenas duas pessoas que se cruzam esporádicamente, mas as nossas vidas falam linguagens opostas. Para dizer a verdade a minha língua ficou presa na tristeza e sem capacidade de resposta, mas o meu coração continua sufocado pelas palavras que lhe poderia ter dito mas não disse(porque não era o momento certo)e também porque não me achei com esse direito.

Tiro de tudo isto três lições:
1º-Temos que vigiar permanentemente os nossos corações, para que não percamos a sensibilidade de olhar os outros e a capacidade de os amar.
2º-Derrubei de vez com o estigma dos “amigos de infância”. Cultivo alguns, os verdadeiros. Mas as experiências vivênciadas ensinaram-me que os amigos são todos aqueles que aparecendo em qualquer altura, acrescentam em nós algo de válido, nos levam por bons caminhos e seguem em paralelo connosco em todos os momentos.
3º- Nós, somos na vida aquilo que de melhor lhe extraímos. As nossas atitudes são o espelho da nossa aprendizagem diária connosco e com quem nos rodeia. E como é demasiado fácil escorregar e assimilar aquilo que não nos enriquece, há que estar vigilante, saber fazer uma triagem de tudo o que a vida nos mostra adquirindo a capacidade de dizer um “NÃO” ao que não nos interessa.

Dulce Gomes

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ADORA E CONFIA




"Não te inquietes pelas dificuldades da vida,
por seus altos e baixos, por suas decepções,
por seu porvir mais ou menos sombrio.
Quer o que Deus quer.

Oferece no meio das inquietudes e dificuldades
o sacrifício da tua alma sincera que, apesar de tudo,
aceita os desígnios da Sua providência.

Pouco importa que te consideres um frustrado
se Deus te considera plenamente realizado; ao Seu gosto.
Perde-te confiando cegamente nesse Deus que te quer para Si.
E que chegará até ti, ainda que jamais o vejas.

Pensa que estás nas Suas mãos,
Tanto mais fortemente acolhido,
Quanto mais descaído e triste te encontres.

Vive feliz. Suplico-te.
Vive em paz. Que nada te altere.
Que nada seja capaz de tirar a tua paz.
Nem a fadiga psíquica, nem as tuas falhas morais.
Faz que brote e conserva sempre sobre o teu rosto
um doce sorriso, reflexo daquele que o Senhor te dirige constantemente.

E no fundo da tua alma coloca, antes de mais,
como fonte de energia e critério de verdade,
tudo aquilo que te enche da paz de Deus.

Recorda: tudo o que te reprime e inquieta é falso.
To asseguro em nome das leis da vida
e das promessas de Deus.
Por isso, quando te sentires magoado, triste,
ADORA E CONFIA..."

P.  Teilhard de Chardin

(Este texto foi-nos dado durante a peregrinação a Fátima pelo Pe. Fernando)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

LIVRO DE BOLSO


Esta postagem vai para todas as amigas que se queixam de que eu só as faço chorar quando lêem os meus degraus. Hoje partilho com vocês um texto que fiz enquanto aluna da "Prosas" e que a Carolina juntou a outros trabalhos de colegas e fez este livrinho com um titulo que muito me agradou. "PEGADAS".
Todo o nosso caminho deixa um rasto de pegadas, marcas que provam que nos esforçamos para avançar pelos trilhos da vida. Estas também tem contribuido para que eu aprenda e cresça e me incitam a descobrir melhor quem sou eu. Obrigado à Prosas e a todos os professores que voluntariamente e com carinho doam o seu tempo para ensinar o que sabem.
Um beijinho especial à professora Carolina



Será que consigo fazê-las sorrir??? Cá vai...

LIVRO DE BOLSO

Sou um livro de bolso. O que tenho cá dentro? Regras de bom comportamento. Mas acho que nada ensino para tristeza minha, porque quando dou por mim sou agarrado à bruta, numa prepotência sem regras e absoluta. Folheiam-me lambendo os dedos. Acham normal? Sinto-me desrespeitado de tão peganhento e babado.
Como se não bastasse o que já vos contei, mutilaram-me as folhas. Talvez tenham dificuldade em decorar e então, pegam em canetas e toca a sublinhar. Cá para mim a inteligência é pouca ou virá de uma mente louca, porque ainda por cima sem qualquer espécie de pudor, não é que me pintam as folhas com um grosso marcador? Que horror!
Hoje, por exemplo, deixaram-me aqui a um canto. Desprezado, cheio de pó e de pé, ainda por cima sem ninguém para me ler nem um amigo para me recostar, não tarda de cansado começam as minhas folham a encarquilhar e eu, de exausto caio para o lado.
Ah, como me sinto velho, sujo e maltratado...
Um dia, um amigo de estante mostrou-me o seu conteúdo, baseava-se sobretudo em concretizar desejos. Dizia-me ele que bastava pedir com força e ser confiante.
E se eu tentasse formular um pedido...quem sabe não serei ouvido, mas que posso eu pedir se nada me ocorre...talvez duas pernas para me pôr a andar...mas para pedir pernas porque não pedir logo umas asas para voar? É isso! Quero umas asas. Quero umas asas! Quero poder voar e à primeira oportunidade se apanhar uma janela aberta, partirei em liberdade em busca de outras casas, assim à descoberta.
Upss...que se passa na minha lombada? Parece-me até inchada...estou a ficar esquisito, melhor dizendo, aflito. Serão as asas? São asas! São asas! Finalmente!
Vou planar por aí até outras mãos encontrar, mãos que não me risquem nem lambam, mãos de gente diferente onde possa descansar.

Dulce Gomes

domingo, 6 de junho de 2010

ACREDITAR...E TORNAR A ACREDITAR



Ando muito reflectiva. Temos fases na nossa vida em que por mais que se lute nada acontece, outras pelo contrário, quando menos esperamos...acontecem naturalmente.
Como se de um filme se tratasse e o guião já estivesse escrito há muito tempo, embora só agora fosse chegada a hora de começar a filmar as cenas dos episódios. Tudo se começa a desenrolar...
Leva-me a confirmar naquilo que creio, que este filme não é escrito por nós, apenas somos os protagonistas que interagimos com quem O escreve e podemos ou não acreditar nessa aposta e aceitar fazer parte nele...
Os requisitos?? Crer...e tornar a crer. Ter esperança...e não a deixar perder.
Porque quem escreve o guião saberá qual a altura mais propícia para que tudo aconteça, ao contrário de nós que queremos sempre tudo e se possível para ontém...
Possivelmente Ele aguardará com paciência até que os actores estejam bem preparados e cientes dos que os espera, e só então gritará: acção...
Ou será que atrasou a sua conclusão de propósito para que saibamos dar ao acontecimento o devido valor? É que isto de ter tudo de bandeja faz com que a vitória tenha um sabor insípido...
Na verdade nada disso importa. Tudo está nas Suas mãos.
No meio das evasivas do meu texto (por agora não pode ser de outra forma) deixo-lhes esta certeza:
A DEUS NADA É IMPOSSÍVEL!

Dulce Gomes

segunda-feira, 8 de março de 2010

IRMÃ/CORAGEM

PARA TI QUERIDA MANA


Há momentos em que se torna prioritário fazer algo, em que sinto que é chegada a hora de não adiar mais o inadiável.
Neste espaço, acima de tudo dou primazia ao amor. Aquele que me faz mover e avançar. É ele o meu amor a Deus, o amor que tenho à minha família e a todos os que me rodeiam. Em síntese, deixo escorregar nestas páginas retalhos da minha vida, esperando que de alguma forma acrescentem algo a quem me lê e que, aqui e ali, numa palavra, numa frase, alguém reflicta, aprenda ou tome consciência de algo que contribua para o seu crescimento.

Hoje vou escrever sobre uma pessoa muito importante para mim e que pelos contornos da sua vida, se tornou um exemplo de força, luta e fé. Uma pessoa que pelas suas limitações de saúde não consegue ler o que eu escrevo de maneira normal e muito menos comentar. Que não peregrina até nossa Senhora de Fátima da mesma forma que nós (suas irmãs e filha) e que por isso escapa e passa despercebida a quem não a conhece, ou não sabe o seu percurso de vida.
É para a minha querida mana ALICE que escrevo.
Hesitei, porque ao fazê-lo terei que falar das suas limitações, aquelas que tão bem trapaceia e contorna com os mais variados esquemas, que acabam por passar ao lado dos menos atentos, tornando-se perceptíveis apenas a quem convive com ela diária ou directamente.

Talvez comece exactamente por aqui, pela forma como ela aproveita os 25% de visão que lhe resta. Exemplificar, como faz uma pessoa que apesar de tanto gostar do que escrevo, não pode tirar partido do simples gesto de abrir o computador e ler o que vou fazendo desfilar conforme me bate no coração.
Como atenua este obstáculo? Fica dependente da leitura da filha que pacientemente lê e relê as vezes que ela precisa e depois espera ansiosamente as fotocópias de tudo (até dos comentários), com letras bastante ampliadas. E é vê-la com o auxílio duma forte lupa, buscar o ângulo mais propício e deliciar-se enlevada na leitura. Emociono-me quando vejo os dossiers onde guarda todos os meus registos (até aqueles que por aqui não passam), cuidadosamente alinhados e expostos numa prateleira como se de um tesouro se tratasse. 
Por vezes detenho-me a olhá-la, observo-a quando disfarçadamente percorre as moedas com os dedos para as identificar e só em último recurso pede ajuda, ou quando teima em pegar na agulha para pregar um botão e parece que tem nos dedos a visão que os seus olhos há muito perderam. Fico observando a forma como teima em render-se à sua condição limitada. Como disse, não, à dependência duma bengala. Como resiste ao facto de não poder fazer caminhadas, a forma como passou por inúmeras provações de saúde e não só, sem nunca beliscar a sua fé em Deus.

Caminha nas tribulações com os pés assentes no amor, esses pés que a levam de maneira diferente mas não menos preciosa, até Fátima, mas que preparam antecipadamente a nossa estadia e esperam por nós à nossa chegada com os olhos brilhantes de felicidade e os braços abertos para nos enlaçar. Hora emotiva essa…em que pega no seu bordão e se junta a nós, calcorreando os quilómetros que restam até o Santuário, de mão nas nossas mãos, guiada por nós até aos pés da nossa Mãe que nos espera e acolhe.

Mana querida, preciso de ti! Do teu exemplo de vida, da tua força. Da luz que vejo no teu olhar quando o meu está apagado. Da palavra que me acolhe quando as minhas me faltam. Do abraço que me faz sentir amada na hora certa. Do teu incentivo que nos estimula a cumprir o desejo da nossa mãe: ver as filhas sempre unidas. Hoje, não me é difícil olhar o céu e ver nele o sorriso aberto e feliz da nossa mãe quando nos via juntas...
Obrigado mana!


Neste dia internacional da mulher, descrevo-te orgulhosamente como exemplo de vida a todos que por este nosso espaço passem.
Irmã/Mulher/Coragem!

Da mana caçula
Dulce