"Confessai uns aos outros os vossos pecados e rezai uns pelos outros, para serdes curados. A oração do justo, feita com insistência, tem muita força." (Tiago 5,16)
Num pequeno versículo, dois temas relevantes e de extrema importância, da qual, se queremos trilhar o nosso caminho na fé com verdade e intervenção, temos que nos debruçar sobre eles.
A confissão!
De coração nas mãos como sempre faço, me exponho, assumindo e descrevendo as minhas falhas, porque sei o quão valioso poderá ser um testemunho na progressão do nosso caminhar para Deus.
Há muito que abracei este chamamento, há muito que pela mão de nossa Mãe, Maria Santíssima, afirmei o meu Sim! Mas continuo reforçando esse sim, a cada dia e a cada passo que dou, conforme as provações que tenho que ultrapassar.
A confissão foi apenas uma delas. A uma data altura, o acto da confissão surgiu como uma fronteira, onde teria que mostrar tudo o que trazia na bagagem, com o propósito de que me fosse carimbado o passaporte para prosseguir. Perante isto, fi-lo! Mas de maneira desajeitada e sem muita convicção. Fi-lo porque queria ficar de consciência tranquila, queria receber o corpo e sangue de Cristo sem me sentir em pecado. Só que, cometi um grave erro: não mostrei o que tinha na bagagem. Apenas me limitei a dizer (orgulhosa) que na minha sacola não haviam grandes pecados. Calei quase tudo.
O resultado? Segui viagem de sacola mais pesada e com mais um pecado: o da omissão de quase todos os outros.
A confissão tem que ser um acto verdadeiro, onde antecipadamente temos que examinar à lupa a nossa consciência sem artefactos para nos desculparmos. Tem que ser dotada dum arrependimento genuíno, fiel a nós próprios e a Deus, culminando no acto corajoso e humilde de dizer: Senhor, errei! Peço perdão!
Porque até podemos sair vitoriosos a ludibriarmo-nos, mas jamais enganaremos o Senhor. Para salvaguardar essa exposição agarramo-nos ao facto de que nos confessamos em conversas privadas com Deus. Será assim? Ou será essa mais uma maneira airosa de fugir a um julgamento, que teria uma resposta imediata e directa de repreensão? Eu subestimei a capacidade de encaixe e de absolvição de quem Deus escolheu para se dispor a escutar-me. Ainda hoje e várias confissões depois, continuo lutando contra mim e pedindo para que Deus me dê a coragem de mais uma vez nesta Quaresma, despejar a minha sacola, para prosseguir viagem leve, absolvida e levitando no amor de Deus.
Como poderemos nós aspirar a que Deus nos ouça e nos dê gratuitamente os Seus dons, se nos apresentamos com nódoas que não tivemos coragem de limpar antes de ir à Sua presença?
Teremos credibilidade para pedir?
A oração!
Quaresma é tempo de fazer silêncio, pedir perdão e orar incessantemente.
Alcançaremos nós qual a dimensão do poder da oração? Tiago diz-nos: “Rezai uns pelos outros para serdes curados”.
Seremos suficientemente perseverantes nela? Lembramo-nos sempre dos nossos irmãos que precisam de oração?
«Elias era um homem fraco como nós. No entanto, rezou bastante para que não chovesse e não choveu sobre a terra durante três anos e meio. Depois rezou de novo e o céu mandou chuva e a terra produziu o seu fruto». (Tiago5,17)
O que moveu Elias? A fé e a perseverança! Ele perseverou na oração. E nós? Insistimos nela com confiança extrema apoiada na fé que nos move?
A propósito de fé. O que é a fé? Pela primeira vez descobri este versículo e fez-se uma luz dentro do meu espírito.
«A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem». (Hebreus11,1)
Que grande verdade! Quantas vezes o Senhor já me deu de graça, a graça de O sentir muito embora não O veja? Como o Senhor é bom ao sentirmos que através da nossa entrega e oração, Ele, vem em nosso auxílio, nos ampara, atende e nos comprova através de sinais irrefutáveis. Num olhar outrora apagado que resplandece de brilho, de alguém que se cura, seja a doença do corpo ou do espírito, ou dum coração que se liberta e confirma o seu sim a Deus…
Apetece-me incitar a todos incluindo a mim, a orar incessantemente por nós e pelos irmãos, a amarmo-nos e aos irmãos e a não recearmos despejar a nossa sacola, tirando dela tudo o que nos pesa e embaraça, num acto contrito, profundo e verdadeiro.
Apetece-me dizer bem alto: (especialmente neste momento em que tantas graças tenho para Lhe dar)
Senhor quero manter-me com insistência no Teu caminho e de olhos fixos em Ti!
Obrigado Senhor por teres dado a vida por mim e para minha salvação.
Como é bom saborear-Te meu Jesus e degustar as Tuas maravilhas.
Dulce
Meus irmãos de caminhada, deixo aqui um repto: Sobre este tema "confissão" aconselho-vos uma visita ao blog: tbcparoquia.blogspot.com. que é da responsabilidade do Pe. Manuel Gonçalves, que eu considero um amigo pela forma humilde como me visita. Nele está uma explicação detalhada sobre o Sacramento da Reconciliação que eu já li e recomendo.
Outras postagens que vale a pena ler sobre o mesmo tema encontram-se no blog do nosso amigo Joaquim. São palavras que nos trazem ensinamentos e luz sobre este assunto, baseado num testemunho fortissímo ao nível de tantos outros dos quais o Joaquim já nos habituou. Os links são os seguintes:
http://queeaverdade.blogspot.com/2009/01/dia-de-louvor.html
http://queeaverdade.blogspot.com/2009/01/dia-de-louvor-parte-2.html
Obrigado ao Joaquim e ao Pe. Manuel Gonçalves
Continuemos na pegada do Senhor, passo a passo, amanhã estaremos reflectindo com a Teresinha do blog,