Às vezes tenho que descer para voltar a subir.
Descer ao fundo dos
meus erros. Descer ao abismo dos meus medos. Descer às questões pertinentes que
(inconscientemente) finjo não existir.
Descer e aterrar na
minha impotência perante tudo e todos.
Descer…descer…
Com medo ou sem ele
a descida leva-me por trilhos desérticos, a uma sensação de vazio, de solidão,
em que até deixa de fazer sentido o sentido que dou à vida.
De repente, a
balança que me “pesa” – enquanto gente – fica descompensada e a aspereza do
mundo leva-me a repensar o “produto” em que me tornei, e, em que nos tornámos,
nós, humanos.
Todos usamos
trancas de protecção para podermos permanecer alicerçados nos pilares que
construímos e que julgamos ser a base certa para a nossa progressão, mas as
coisas do mundo são constantes ameaças à nossa estrutura levando-nos a pontos
contraditórios de pensamentos.
A dureza que me é imposta
através do que absorvo (uma realidade que não mente) repassa-me até ao tutano.
Nesses momentos a minha
fragilidade perante as situações levam-me a esta descida onde me detenho para me
entender.
As perguntas
tomam-me de assalto…
Qual a minha
contribuição para atenuar ou erradicar o que constato, ser errado?
Que uso tenho feito
do que tenho e sou? Serei exemplo, darei um bom testemunho? Partilharei o
suficiente? Calo quando devo? Silencio quando as palavras me sobram?
Questões que me
povoam nesta descida de busca em que tudo se torna inconclusivo.
Certeza, só mesmo
esta necessidade de descer levando comigo o “fio-de-prumo”: Deus!
Dulce Gomes
Boa noite Dulce, como vai? Já tinha saudades de a ler!
ResponderEliminarComo diz Tolentino de Mendonça temos que nos adentrar para procurar em nós o fio condutor que nos conduz ao Pai!
E essas interrogações fazem parte da nossa caminhada, que desejamos perfeita, mas que tantas vezes não conseguimos seguir! Somos humanos e também falhamos, mas com os erros vamos tirando as nossas ilações que nos ajudarão a progredir!
Diga-me, como está a ser a sua experiência como avó?
Imagino que deve ser uma das alegrias da sua vida!
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Olá querida Ailime.
EliminarBelas e certas palavras as de Tolentino Mendonça.
Se deixarmos de ter questões, deixamos de avançar para o entendimento.
Obrigada pelas suas palavras amigas.
Respondendo à sua questão ao facto de ser avó...
É indescritível! Sinto que o meu coração dilatou de amor e nem sei o que fazer com ele. Por mais que me expresse fica sempre aquém do que sinto :)
E como digo tantas vezes: não trocava esta graça por nenhuma. Foi uma grande bênção de Deus à qual estarei eternamente grata.
Um beijinho querida amiga. Ainda não esqueci a su promessa de me visitar em Sines numa das suas passagens pela minha cidade.
Boa tarde Dulce, muito obrigada pelas suas palavras!
EliminarEste ano não passarei por Sines, como tem sido habitual nos últimos anos, mas sobre o seu Livro entrarei em contacto consigo lá para Setembro!
Um beijinho e desfrute bem da sua Bebé!
Ailime
O verso e o reverso da mealha.
ResponderEliminarPrecisamos de parar e meditar, corrigir e aperfeiçoar.
Olá Luís.
EliminarSempre! Temos sempre de parar para reavaliar tudo.
Um abraço fraterno.
Ah! Que maravilhoso texto! Indago-me demais também e levo isso que dissestes para meu grupo também: "Que uso tenho feito do que tenho e sou? Serei exemplo, darei um bom testemunho? Partilharei o suficiente? Calo quando devo? Silencio quando as palavras me sobram? Pois é, Dulce querida, com esse "fio de prumo" seremos guiadas e protegidas na caminhada. Um grande abraço e beijinhos na bonequinha! E como ela está?
ResponderEliminarObrigada minha querida amiga.
EliminarSaudades das nossas caminhadas entre blogues.
Um abraço amiga de além-mar