A idade – regra geral – dá-nos um cúmulo
de experiências que vamos assimilando e convertendo em lições de sabedoria que
nos dão uma aptidão extra. Como um balão de oxigénio, esvaziamos em doses
precisas o sopro necessário para um novo fôlego.
Às vezes, mais parecemos um mago –
embora nada tenha de magia – retirando da cartola uma atitude, uma vivência, um
gesto, uma palavra, que se entorna como balsamo nas nossas próprias feridas e
nas dos outros.
Mas também tem o reverso da medalha:
todo o experiencial que rotulamos de negativo apesar de nos trazer um saber funcional
também nos desgasta.
Somos como rochas fustigadas pelos
temporais: permanecemos firmes; somos abrigo e – se estivermos na meia-idade –
damos guarida a duas gerações, abrindo as nossas asas em leque para abranger
todos. Mantemo-nos na linha da frente, imbuídos pelo sentimento de protecção,
de dever e missão, mas que não são mais do que gestos de amor. Porque quem ama
cuida.
Mas se olharmos uma rocha facilmente detectamos
– expostas – as suas cicatrizes: marcas das ventosas dos que fazem da sua
solidez o chão firme onde se alapam; marcas provocadas pelos rombos e pelas
investidas das ondas que ao sabor dos ventos vão provocando uma erosão lenta e
natural.
Assim somos nós.
Lentamente, desgastando-nos de forma
visível, o nosso interior cresce e fortalece numa compensação imperceptível aos
olhos mas sentida por nós e pelos que nos rodeiam.
Venham mais anos…
Dulce Gomes
Olá amiga Dulce,
ResponderEliminarSerá que esta excelente reflexão sobre a "problemática" da idade foi feita em dia de aniversário?
Se assim foi deixo-lhe os meus Parabéns e que venham muitos mais anos com muita saúde, alegria e paz.
Um grande beijnho e óptimo fim de semana.
Ailime
Tons e cores de meditação.
ResponderEliminarA idade dá-nos algumas coisas que nos ensinam a ser mais positivos, mais tolerantes, mais persistentes nos nossos bons propósitos.
Lembrar o passado é apenas um degrau para subir cada dia na linha de perfeição que se procura e se deseja.