"Somos anjos duma asa só e só podemos voar quando nos abraçamos uns aos outros."

Pensamento de Fernando Pessoa deixado para todos os que estão na lista abaixo e àqueles que passam sem deixar rasto. Seguimos juntos!

OS AMIGOS

domingo, 19 de maio de 2013

SOLENIDADE DE PENTECOSTES


Dai-me um coração grande
aberto à Vossa silenciosa e forte palavra inspiradora;
Fechado a todas as ambições mesquinhas;
Alheio a qualquer desprezível competição humana;
Compenetrado do sentido da Santa Igreja!

Um coração grande
desejoso de se tornar semelhante
ao coração do Senhor Jesus!

Um coração grande e forte
para amar a todos,
para servir a todos,
para sofrer por todos!

Um coração grande e forte
para superar todas as provações,
todo o tédio, todo o cansaço,
toda a desilusão, toda a ofensa!

Um coração grande e forte
e constante até ao sacrifício
quando for necessário!
Um coração cuja felicidade
é palpitar com o Coração de Cristo
e cumprir humilde, fiel
e virilmente a vontade do Pai.
Amen!

Do Livrinho:
Vinde, Espírito Santo

quarta-feira, 15 de maio de 2013

HOJE SOU "DIA"


A transição da noite para o dia faz-se lentamente à medida que os primeiros raios de luz surpreendem a madrugada. Aos poucos se expõe com clarividência o que era – até então – imperceptível.
Neste encontro, a luz vence as trevas e os nossos olhos avistam toda a beleza do dia sem esforço.
Hoje sinto-me “dia”. Tenho o meu interior banhado de luz, resultante deste encontro com Maria.


O meu coração exulta de gratidão enquanto espera o entendimento para tudo o que experienciei.
Foi estranho chegar tão depressa aos pés de Nossa Senhora porque há sete anos consecutivos que os meus pés percorriam 10 dias de distância até ajoelhar no Seu Santuário. Desta vez bastou 1 dia. Soube-me a pouco e – talvez – por isso, quis atrasar cada passo para melhor saborear o curto caminho de 25 quilómetros.



Quando cheguei a casa invadiu-me um vazio indesejável que lentamente descodifico.
Quando parto para uma peregrinação – sem quase me aperceber – crio expectativas pessoais e intimas com Jesus e Maria. Idealizo e alimento a esperança de que irá ser assim.
Acontece que o plano de Deus nem sempre se cruza com o meu e esse desvio do rumo que tracei, desarrumou o meu interior e trouxe-me a estupefacção.
Nunca peregrinei apenas por mim. Fui sempre de braços abertos e o coração atento aos alertas. Vou sempre de “redes prontas” …
Desta vez não foi excepção. Dei e recebi e trouxe dentro de mim cada momento, até os mais difíceis (é nesses que nosso Senhor e nossa Senhora ainda estão trabalhando em mim).
Mas o discernimento já chegou. Maria, Mãe do amor e bondade, pacientemente clareou e desatou um por um, os nós da minha alma e clareou o meu coração através da Sua aproximação quase palpável.

Hoje sinto-me “dia”. Mas um dia muito radioso, daqueles em que a luz do céu entranha e escreve por dentro todo o amor que Jesus e Maria têm por nós.

Obrigada a todos os que contribuíram e fizeram parte deste Grupo de Peregrinos de Sines.

Para a minha querida irmã Isabel (meu complemento) um abraço em Cristo e Maria


 Dulce Gomes

terça-feira, 7 de maio de 2013

FOLHA EM BRANCO




E quando escrevo…
Persigo as palavras que me transparecem.
Numa progressão frenética e vagarosa
Silenciosa e meio louca
Rastejo lentamente por dentro de mim.
A sensação de vazio predomina
Despindo cada sentido de concordância.
Nesta indefinição
O início parece lento e a escrita não vaticina um fim…
As minhas mãos planam, mansas como asas em brisa leve.
Em agitação controlada
Contorcem-se numa espera sem desespero.
Sabem que o Teu toque é a chave
Para a Luz que se abre…
São momentos sem tempo.
De rastos mas sem cansaço
Revelas-me o entendimento.
E a escrita torna-se o sustento
Duma alegria que não estanco.
E tudo acontece…
Quando desnudo a minha alma na folha em branco.

Dulce Gomes


domingo, 5 de maio de 2013

MÃE/SAUDADE




A saudade toma-me de assalto, sem pré-aviso.
Avivam-se vivências esbatidas e voltam à luz do presente.
Sopro a poeira do tempo – o mesmo em quem depositamos a esperança de atenuar o que nos amassa – e deixo a descoberto um vaivém de lembranças que habitam dentro de mim. Nem sempre se fazem sentir com tanta intensidade, mas hoje é o "Dia da mãe" e será sempre o dia do teu aniversário mãe/saudade. Talvez por isso se torne propício ao resgate de momentos passados que guardo como posso para me defender.
Hoje tudo se mistura numa conjugação de sentimentos que me devolvem com uma transparência quase tangível o teu sorriso; Quase oiço a tua frase mais dita “Minhas queridas filhas”; quase vejo o teu olhar terno, de orgulho…
Numa poção quase mágica vou caldeando este sentir sem tréguas que se impõe e relembra que, independente de tudo o que a vida me reserva serei sempre Tua filha.
Faz-me bem...
A vida cortou-nos temporariamente o contacto físico, mas estaremos sempre unidas por um cordão que não se rasga nem quebra.
A saudade dói? Sim, muito! Mas só confirma que existem sentimentos que por mais tempo que se dê ao tempo, o tempo não os destrói.
Por tudo isto, obrigada mãe pela mãe que foste e pelo amor que me deste.
Até um dia mãe/saudade…

Dulce Gomes

terça-feira, 23 de abril de 2013

NOVELOS DE BRUMA




Gosto quando o “Mar de leva” leva o meu pensamento…
Enrola cada tormento numa onda de ilusão.
E o desânimo encarcerado em correntes de espuma
Dispersa os últimos novelos de bruma
(Abrindo espaços inexistentes)
Calando as razões da inquietação…

Dulce Gomes


quinta-feira, 18 de abril de 2013

E A LUÍSA CANTOU...



Chegámos de surpresa...
Levámos apenas a vontade de aliviar os "negros" que dizem sentir no peito...
Depois dos sorrisos e abraços veio a mesma pergunta de sempre:
"Vão cantar alguma coisinha p`ra gente?"
Tirámos da mala as nossas cábulas cantadas e ajeitámo-nos no corredor.
Entre eles estava a Luísa que sempre gostou de cantar, mas a penumbra da vida amordaçou-lhe a vontade e há muito que não a convencíamos a soltar a voz.
Dizia-nos que sentia um aperto e não tinha disposição para nada.
Aos poucos fomos a reboque das suas modinhas, percorremos o nosso reportório e acompanhámos as suas memórias que se iam abrindo. E a Luísa cantou...e encantou...
Quando se apercebeu olhou para nós e disse:
"Já não sinto este aperto aqui"
O tempo voou, olhámos para o relógio e estremecemos. Era hora de voltar.
Enquanto percorríamos o corredor em busca do elevador ainda ouvíamos a voz poderosa da Luísa que sobressaia das demais...
Cruzámos um olhar em silêncio, sorrimos num entendimento recíproco. Invadiu-nos uma alegria inexplicável que conhecemos bem.
Acontece quando vamos com tudo o que somos, estamos, e damos tudo o que temos com o objectivo de pintar de uma cor mais bonita o negrume dos seus corações...

Dulce Gomes e Isabel Gomes

(Fragmentos de momentos vividos com seres humanos fantásticos que tanto me têm ensinado e contribuído para o meu crescimento enquanto pessoa e cristã)




quinta-feira, 11 de abril de 2013

ENTRE AMIGOS E PEREGRINOS

Partilhando um dos muitos momentos entre amigos e peregrinos.
Aqui a minha querida irmã Isabel Gomes cantando a Montanha Azul

quarta-feira, 3 de abril de 2013

SEJAM TEUS BRAÇOS...






Sejam teus braços nascentes alargando o espaço
Dilatando margens, estreitando distâncias...
Sejam teus braços...
Fontes de água corrente
Jorrando como rios de abundância…
Sejam ardor sem temor, dádiva infinita
Caudal vertendo do que de melhor em ti habita
Sejam teus braços…
Porto seguro, força e abrigo
De todos os braços cansados que se cruzam contigo

Dulce Gomes

sexta-feira, 29 de março de 2013

SANTA PÁSCOA




Nesta sexta-feira Santa, dia de oração e silêncio fico contemplando este gesto de amor, compaixão e humildade...
Ajoelho perante esta grandiosidade de gestos que por tão simples são capazes de tocar os corações mais adormecidos ou inflamados pelo seu próprio ego.

Hoje também é dia de começar a Novena à Divina Misericórdia de Jesus.

Uma Santa Páscoa a todos 

Dulce Gomes

quinta-feira, 21 de março de 2013

INQUIETAÇÕES






Fruto dum trabalho na catequese “Sínodo Diocesano” somos instigados enquanto grupo a responder a questões com o objectivo de, depois duma posterior recolha e cruzamento de dados, a igreja equacionar a melhor forma de se servir a Deus.
 Nesta experiência nova para mim, de ser voz activa enquanto pedra viva da Igreja, trago para casa muita matéria para reflectir com Deus.
Sinto-me perdida ao tentar achar um fio que me ligue à incursão mais ou menos aprofundada de temas como a Hierarquia da Igreja, cartas encíclicas, teor dos concílios…
Reconhecendo toda a importância destas linhas que nos regem, esbarro na minha pouca vontade de opinar sobre temas tão complexos e quebro os silêncios pesados do grupo para denunciar pontos fracos e pertinentes das carências que sinalizo na minha experiência pratica enquanto cristã “fora” das quatro paredes da Instituição Igreja.
Recolho e acolho os desabafos daqueles que privados de se deslocar à Igreja, vêm a sua fé ressecar de sede por falta da Palavra e dos Sacramentos que necessitam, e transporto para estas sessões aquilo que me inquieta. Volto para casa de coração pesado (pela dificuldade de me integrar nesta parte menos pratica) e ansiosa por estar de novo na simplicidade da minha oração com Jesus, onde as palavras não precisam ser peneiradas e não existem protocolos para respeitar nem barreiras para derrubar.

A opinião geral que mais me custa ouvir dos menos frequentadores da Igreja de Cristo, é a de que grande parte dos católicos são seres snobes, distantes, pouco dispostos a estender a mão de forma espontânea. É aqui mesmo que me detenho. Curvo-me até estar de frente com as razões com que fundamentam esta afirmação.
E olhando apenas para mim, se por um lado me é difícil dissociar de alguns pontos de vista, por outro enquanto católica praticante reconheço que não há caminho para Deus sem um encontro com Ele.
Mas há tanto para fazer de mangas arregaçadas que o que sinto que Deus tem para mim é ir e servir com tudo o que sou através do imenso amor que Ele implanta no meu coração.
Mas dou graças a Deus pelo chamamento que faz a cada um conforme as suas aptidões, “aproveitando” assim toda a mão-de-obra nos diversos ministérios, pois só assim nos completamos como membros dum só corpo.

Dulce Gomes


sábado, 9 de março de 2013

PARABÉNS QUERIDA MANA


No rescaldo de mais um dia Internacional da Mulher, hoje é dia de homenagear uma mulher que que admiro e amo muito.
Parabéns querida irmã Alice


Somos ramos da mesma árvore
Hastes que se amparam quando as tempestades nos assolam.
Em conjunto…
Cuidamos das nossas raízes (as que nos deram o ser)
Cuidamos dos nossos rebentos, direccionando-os para a Luz.
Em conjunto…
Vimos partir alguns galhos
Que cavaram cicatrizes que nunca irão desaparecer.
Ancoramos nesse desnorte tantas vezes
Quantas as que nos erguemos…
Sim, somos ramos da mesma árvore
Irmãs de sangue, coração e Caminho
União frutuosa com sabor a Verdade.
Um ramo sozinho perece, mas agarrado ao tronco
a seiva não morre, resplandece de Vida...

Dulce Gomes

sexta-feira, 8 de março de 2013

MEIO A BRINCAR...FELIZ DIA DA MULHER




E meio a brincar porque hoje é dia internacional da mulher…

Posso começar por desenha-lo assim:
Logo pela manhã vou ao cabeleireiro, visto uma roupa janota, uns sapatos de tacão e devidamente recauchutada (o espelho me dirá), estou pronta para a festa…
A carteira meio depenada não me baixa a crista nem o ego; O passo firme e decidido diz-me que estou poderosa para enfrentar o marido. E já de garras em riste lá vai:
-“Marido, não há almoço nem jantar e de nada te adianta espernear porque hoje é o meu dia.”
E sem alvoroço porque este é um direito que me assiste, digo orgulhosa:
“Hoje não é um dia qualquer, hoje é o dia Internacional da Mulher!”

Mas outro olhar se assomou à minha mente…
Sim, hoje é dia da Mulher e os outros dias não o serão? Então que fazemos nós por nós nos restantes dias do ano? Lutamos pelos direitos que não temos? Preservamos com dignidade os que adquirimos à custa de lutas aguerridas de grandes mulheres de outros tempos? Intervimos na sociedade com vista a acabar com a discriminação? Unimo-nos, não medindo forças com o sexo oposto, mas como seres humanos com as mesmas capacidades?
É que este dia nasceu para tocar consciências; para sinalizar desigualdades a que as mulheres foram e ainda estão – infelizmente – sujeitas; Nasceu para denunciar situações gritantes de tantos silêncios amordaçados por mentes perversas e ditadoras que – em pleno século vinte e um – ainda lhes cobrem a face, mutilam, apedrejam e matam a dignidade reduzindo-a a lixo…

Pensando bem e para mim...
Ser mulher é muito mais do que correr para um jantar onde os homens estão proibidos; É muito mais que extravasar de liberdade enquanto se “acorrentam” os maridos.
Não é dançar até cair e “embebedar” os ouvidos com melodias actuais só para ser rotulada de “muito fixe”.
Que se lixe…
Vou ser igual a tantas “Marias” que por opção pegam neste dia e fazem dele igual a outro qualquer.
Vou ser eu mesma, de ego levantado sim, e com o marido bem pertinho de mim…
Não vou fazer diferente só porque hoje é o dia da Mulher.

Um beijo especial aos dois homens mais importantes da minha vida: O meu pai e o meu marido ♥

Dulce Gomes

quarta-feira, 6 de março de 2013

GOTAS DE POESIA


A todos os amigos que continuam sentando neste degrau vou deixando as partilhas possíveis; 
Aquelas com que o Senhor me inunda e quer que extravase.
Que a nossa Quaresma seja meditada, rezada e partilhada com verdade...


Trago nas mãos gotas de poesia
Libertas dum lago que (em mim) extravasa
Pingos que reparto com a folha vazia
E a enchem à medida que a minha alma vaza

Correm as linhas salpicando segredos
Que por prudência preferi guardar
Mas quando sei, as pontas dos meus dedos
São uma extensão deste lago por partilhar

Desisto de obstruir a sua passagem
Que se alastra para lá de cada margem
Enchendo o vazio das minhas mãos que se agitam

Poisando nas palavras outrora escondidas
São como gaivotas desabridas
Dançando no silêncio das rimas que gritam

Dulce Gomes

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CORCEL ALADO

Há dias "lavrados" no silêncio...



Borbulham em mim as palavras…
Espuma lavrada num mar de silêncio
Onde guardo e desprendo
Pedaços meus…
Escorrem como lava ardente
Abrasando as mãos vazias
Incendiando a folha em branco…
Talvez não passe de ousadia,
Refúgio, reflexo do que me habita
Dependência exagerada
Sede doentia…
Luz poisando sobre mim
Mas quando as palavras se instalam no papel
Sou corcel alado
Planando na pradaria
E minha alma bebe
Do que não sei se é poesia…

Dulce Gomes

sábado, 16 de fevereiro de 2013

OLHAR SOBRE A VIDA


Presentemente
Despida do presente
Sem me debruçar no futuro
Suspendi as lembranças
Para me defender…
Um dia…Um dia hei-de lá voltar
Quando não me fizerem doer…
Entretanto …
Busco forças num olhar que não me reconhece
Mas que se abre num sorriso.
E enquanto as minhas mãos
Repetem gestos de cansaço
O meu coração é como um vulcão
Prestes a eclodir…
Não sei mais quem sou
Se "filha" ou mãe…
Inverteram-se os papéis.
Para ti
Sou apenas alguém que se abeira do teu leito
Que te cuida e te abraça
Enquanto abafa no peito todo este sentir
Mas que inventa mil e uma chalaça
Para se “alimentar” do que te faz sorrir…

Dulce Gomes